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“Aberrações futebolísticas” – Clássico Freakshow



Venhamos e convenhamos: 2011 foi um ano terrível para o futebol mineiro. Exceto pelo Tupi, que foi campeão da Série D em cima do Santa Cruz, e pelo Ipatinga, que conseguiu o acesso para a B, ninguém no estado teve muito o que comemorar – sobretudo os times que disputaram a primeira divisão. Todos passaram boa parte do campeonato lutando contra o descenso, sendo que o América já está matematicamente rebaixado, o Atlético escapou nos momentos finais e o Cruzeiro vai tentar se salvar na última partida, exatamente contra seu maior rival.

Em “homenagem” ao clássico do próximo domingo, o Jornalheiros Esporte Clube imaginou uma partida fictícia entre os piores jogadores de Cruzeiro e Atlético desde o ano 2000. Porém, como a lista de candidatos ficou muito grande, adotamos alguns critérios para montar as duas seleções (?). Assim, não relacionamos atletas que:

1. tenham atuado menos de 10 partidas por algum dos clubes (Cribari, Brandão, Nêgo, Tesser, Jorge Luiz...)
2. tenham sido convocado alguma vez na vida por qualquer seleção de ponta (Carini, César Prates e Catanha se livraram, mas Espinoza não)
3. tenham obtido destaque relevante em algum clube grande do Brasil ou da Europa (Danrlei, Amaral, Diego Souza, Élber, Rivaldo, Rincón, Edmundo...)
4. sejam o Lopes Tigrão ou o Adriano Chuva (escalar em um dos times seria "sacanagem" com o outro, porque ambos estão entre os piores de todos os tempos dos dois lados).

Confiram, a seguir, o clássico mineiro mais bizarro da história!

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Projeto original de Matheus Killer, Igor Dias Pinto e Danilo de Castro. Colaboraram Guilherme Pedrosa, Gabriel Gama e o pessoal do grupo “Momentos Épicos do Futebol” do Facebook.

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A falta de um estádio em Belo Horizonte complicou a vida dos três times da capital em 2011. Com o Mineirão em obras para a Copa de 2014 e o Independência em reformas, restou a eles mandarem seus jogos na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Porém, como será este o palco do clássico de amanhã, o amistoso entre os piores times de Cruzeiro e Atlético teve de ser transferido para o Castor Cifuentes, em Nova Lima.

Assim que os jogadores aparecem no (terrível) gramado, algo curioso acontece: para muitos deles, provavelmente era a primeira vez na carreira que entravam em campo sem receber vaias. Isso porque havia no máximo umas vinte pessoas no acanhado estádio do Villa Nova, mesmo contando os jornalistas, os vendedores de picolé e o zelador.

E, com a mais absoluta paz reinando nas arquibancadas, o juiz Márcio Eugênio Meira Wrong dá início à partida.

Como esperado, o jogo começa apertado, com direito a muitos erros de passe e verdadeiras demonstrações de futebol-arte no meio de campo. No caso dos cruzeirenses Bruno Quadros, Marabá, Leandro Bomfim e Bruno Soneca, arte abstrata; já para os atleticanos Walker, Rolete, Gedeon e Bilu, arte marcial – seja para brigar com os adversários ou com a bola.

Aos 20 minutos, o primeiro lance polêmico: Diego Macedo chegou à linha de fundo, cruzou e a bola passou longe de qualquer coisa no estádio, mas o juiz Wrong marcou pênalti de Jancarlos no atacante Galvão e deu cartão vermelho direto para o lateral cruzeirense. Na cobrança, Bilu fez 1x0.

A resposta celeste veio cinco minutos depois. Pelo lado direito do ataque, Wando – que, segundo seu empresário, era um “Robinho misturado com Garrincha melhorado” – driblou Calisto, olhou para a área e viu o zagueiro atleticano Nem sozinho contra dois adversários. No cruzamento, a bola passou por Robert e encontrou a cabeça do companheiro de Nem, Adriano. Também conhecido como Adriano Gol Contra. Este, fazendo jus ao apelido, empatou, sem chance para Edson.

Depois do gol, o técnico PC Gusmão pensou em fazer uma substituição para cobrir o espaço deixado pela expulsão de Jancarlos, mas, pensando bem, ele era tão ruim que, exceto pelo pênalti, sua ausência não estava fazendo a menor diferença.

O jogo permaneceu morno, quase esfriando, até os 37 minutos, quando Leandro Bomfim disputou uma bola com Jales. Só que a bola veio rasteira e Bomfim acertou o rosto do atacante alvinegro com o pé. No meio da confusão e do empurra-empurra, Walker ainda acertou uma voadora em Bomfim. Cartão vermelho para os dois.

Aos 42 minutos, o lateral-esquerdo Patrick tentou recuar uma bola para a defesa e errou o passe. Até aí, nada de anormal, porque Argel foi atrás para recuperar. Mas Gedeon acreditou no lance e correu, dando uma arrancada de trás do meio-campo. Argel, a três metros da bola, não conseguiu (!!!!!) acompanhar o camisa 10 do Galo, que invadiu a área. Na sequência, o goleiro Andrey saiu para fechar o ângulo, mas, ao ver o zagueiro Espinoza se aproximando, deixou a bola passar. O problema é que Espinoza ficou parado, deixando Gedeon livre para fazer 2x1.

A partida estava tão chata que a torcida nem reparou que o primeiro tempo tinha acabado e os times já estavam voltando para o segundo.

O Cruzeiro retornou com duas alterações: Elicarlos e Gerson Magrão no lugar de Wando e Patrick. Com o time precisando reagir, cada um ia jogar numa lateral, embora de fato atuassem no meio-campo. Vai entender...

Mas quem começou a etapa final com tudo foi o Atlético. Após horrorosa troca de passes entre Jales, Bilu e as canelas de Bruno Quadros e Marabá, a bola sobrou para Galvão na entrada da área. Ele viu que Argel e Espinoza cercavam, mas, como também não avançavam para lhe tomar a bola, resolveu chutar. De bico. Andrey também ficou indeciso sobre pular ou não e tomou um frangaço. 3x1.

Enquanto isso, PC Gusmão foi à loucura. Imaginava que alguma coisa precisava ser feita, mas não sabia o quê. É o tipo de coisa que acontece quando você olha pro banco e vê Alexandre Fávaro, Vítor, Eliézio, Fernando Miguel e Adriano Louzada.

Contudo, a reação celeste já começava a se desenhar. Gerson Magrão chutou de longe, Edson espalmou mal e a bola sobrou para o centroavante Robert dentro da pequena área. “Boa bola!”, berra o locutor. Mas não existe “boa bola” para Robert, já que ele faz questão de estragar todas. O chute saiu completamente torto, mas felizmente – para os poucos cruzeirenses que estavam acordados – bateu no peito do decisivo matador Adriano Gol Contra. 3x2.

Nisso, o técnico atleticano Lori Sandri resolveu anular as principais armas que os cruzeirenses tinham naquele momento, e substituiu as duas: Edson e Adriano. Juninho e Rancharia entraram em jogo.

Aos 29 do segundo tempo, o zagueiro Nem resolveu manter sua média de um pênalti e um cartão vermelho por partida, e derrubou o inofensivo Bruno Soneca dentro da área. Quem bateu foi o próprio camisa 10 cruzeirense, tido no começo da carreira como o substituto de Ronaldinho Gaúcho no Grêmio.

Mas, a essa altura, a torcida já nem tinha mais paciência para assistir tamanho futebol de várzea, de modo que todos já tinham ido embora quando Juninho defendeu a cobrança.

PC resolveu apelar e colocou Adriano Louzada no lugar de Bruno Soneca. Lori Sandri, por sua vez, ainda tinha Rafael Cruz, Leandro Smith, Genalvo e Nilson Sergipano, mas quem substituiu Jales foi o volante Ataliba.

Nenhuma das mudanças parecia surtir efeito até o lance mais emocionante (?) do duelo. O juiz Márcio Eugênio Meira Wrong prometeu jogo até os 46, mas, já aos 49, Elicarlos chutou de bico da meia-lua, a bola bateu na canela de Rancharia, ricocheteou no rosto de Marabá e voltou para a área. Juninho pulou para tentar tirar de soco, mas trombou com Ataliba no meio do caminho. Nisso, a bola desvia na bunda do impedido Adriano Louzada e morre no fundo das redes.

Então, com o placar empatado em 3x3 e as arquibancadas completamente vazias, termina o pior clássico da história do futebol mineiro. E que fique claro que esta é uma aberração futebolística tão grande que a equipe do Jornalheiros Esporte Clube deseja que JAMAIS aconteça de verdade.

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ATLÉTICO
Edson (Juninho); Diego Macedo, Nem, Adriano Gol Contra (Rancharia) e Calisto; Walker, Rolete, Gedeon e Bilu; Jales (Ataliba) e Galvão. Téc.: Lori Sandri.
Reservas não utilizados: Rafael Cruz, Leandro Smith, Genalvo e Nilson Sergipano.

CRUZEIRO
Andrey Cambalhota; Jancarlos, Argel, Espinoza e Patrick (Gerson Magrão); Bruno Quadros, Marabá, Leandro Bonfim e Bruno Soneca (Adriano Louzada); Wando (Elicarlos) e Robert. Téc.: PC Gusmão.
Reservas não utilizados: Alexandre Fávaro, Vítor, Eliézio e Fernando Miguel.

Gols: Bilu (20’ 1T), Adriano (GC 25’ 1T), Gedeon (42’ 1T), Galvão (7’ 2T), Adriano (GC 19’ 2T) e Adriano Louzada (49’ 2T).
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Mais macho que muito homem!

Os deuses do futebol que me perdoem se eu estiver falando bobagem – e provavelmente estou –, mas o desempenho recente da Seleção Brasileira de Futebol Feminino me lembra um pouco o da Associação Desportiva São Caetano no começo dos anos 2000. Calma, não estou cornetando ninguém. Ainda vou chegar nessa parte.

Voltando e refrescando a memória: o São Caetano, que hoje disputa a segundona do Brasileirão, é um clube do ABC paulista que assombrou todo mundo na primeira metade da década. O time podia não ser um esquadrão – e estava longe de ser –, mas era capaz de mandar muito clube grande pra casa – que o digam Fluminense, Palmeiras e Grêmio, eliminados na fase final da Copa João Havelange (campeonato nacional de 2000). Veio a decisão com o Vasco e... vice (confusão com o acidente no alambrado do estádio de São Januário à parte).

Em 2001, a melhor campanha da primeira fase, eliminou Bahia e Atlético-MG no mata-mata, enfrentou o Atlético-PR na final... e bi-vice.

Mesmo sem chegar ao título, as duas campanhas representavam um feito e tanto para o azulão, que se classificaram para a Libertadores duas vezes seguidas. Em 2001, foram eliminados pelo Palmeiras nas oitavas-de-final. Mas 2002 reservou a grande surpresa: primeiro lugar no grupo, despachou Universidad Católica, Peñarol e América do México, chegou à final contra o Olímpia, venceu o jogo de ida no Paraguai... e perdeu nos pênaltis no Pacaembu. Tri-vice.

Resumindo, o São Caetano era o time que jogava o melhor futebol do país, mas amarelava nas decisões. O que nos leva, novamente, às meninas do Brasil (não tô cornetando, mas tá quase).

Só que, no caso da Seleção Feminina, o segundo lugar não é um vexame tão grande. Quer dizer, continua sem nenhum título de expressão mundial, mas pra quem recebe pouquíssimo apoio dos dirigentes, da torcida e da imprensa, pra não falar em apoio financeiro, já é uma seleção de vencedoras só de ter chegado ali.

Mais merecedora de aplausos do que muito marmanjão da sub-20 e da principal (agora sim: FOOOOOOM!).

Venciam até os 42 do segundo tempo, até tomarem o gol de empate. Mas não desistiram, apesar das evidentes limitações físicas, e continuaram buscando o gol – ainda que à base de chutões para frente e apostar tudo em jogadas individuais.

Disputaram o Pan sem Marta e Cristiane, que são duas das melhores jogadoras do mundo, e fizeram o dever de casa. A Seleção Masculina, que tinha seus principais atletas à disposição no último torneio sério que disputou (a Copa América), fez um jogo sofrido atrás do outro e conseguiu ser eliminado pelo fraquíssimo Paraguai nos pênaltis, perdendo todas as cobranças.

E a lateral-direita Maurine, que perdeu o pai durante a competição e buscou a medalha de ouro até o fim, mostrou muito mais garra e vontade de vencer do que muito jogador da sub-20, que não conseguiram sequer passar de fase.

Sem falar que nenhuma atleta nossa usa penteado diferente e nem chuteiras coloridas. Vão para o campo para jogar futebol, não para se exibir.

Quer saber? Além de vencedoras, são mais macho que muito homem...
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“Crônica F.C.” – Rogério 1000

Se não me engano, foi Drummond quem falou que o deus do futebol é um sujeito irônico e farsante. No caso, Drummond se referia à mágica de Mané Garrincha, mas existem outras provas da interferência desse deus mesmo fora dos gramados.

No dia 7 de setembro de 1990, o São Paulo Futebol Clube contratou um jovem de 17 anos, vindo do Mato Grosso, para ser o quarto goleiro da equipe – tendo, à sua frente, Zetti e Gilmar Rinaldi. Mas o deus do futebol resolveu sorrir para o garoto.

Primeiro porque lhe deu paciência para aguardar sua chance, e, sete anos mais tarde, ele ganharia a posição de titular e, de brinde, recebeu sua primeira convocação para a seleção brasileira.

Segundo porque, se seus tiros de meta mal atingiam ao meio-de-campo quando chegou ao Morumbi, aprimorou seu chute a ponto de se tornar o cobrador oficial de faltas e pênaltis do time. Evoluiu tanto que se tornou o maior goleiro-artilheiro da história do futebol, com 103 gols marcados – mais do que muito jogador de linha por aí...

E terceiro porque, unindo suas habilidades com as mãos e com os pés, conquistou soberbos 23 títulos pelo São Paulo, a maior parte deles como capitão da equipe.

E o deus do futebol, como se quisesse dar outra prova de seus poderes, fez com que a milésima partida de Rogério Ceni com a camisa tricolor caísse exatamente no 21º aniversário de sua contratação.

Portanto, aos que forem acompanhar o duelo desta tarde entre São Paulo e Atlético, um aviso: guardem este jogo na memória. Podemos até ver outros goleiros marcando gols por aí, jogadores multicampeões, atletas que se tornam sinônimos de suas agremiações... mas tudo junto no mesmo pacote, e atuando em mil jogos pelo mesmo clube, dificilmente haverá outro.

Pelo menos até o deus do futebol resolver fazer outra de suas gracinhas.

“Rogério Ceni. No gol, na linha e na história do futebol mundial”.
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“Aberrações futebolísticas” – Foca em extinção

Atire a primeira corneta aquele que nunca se decepcionou com algum jogador das categorias de base que nunca se firmou no profissional.

E, para o caso de você ter atirado, lamento informar que seu time, seja ele qual for, já teve inúmeros atletas que arrebentavam como juvenis, mas, por um motivo ou outro, jamais renderam o esperado na equipe principal.

Tchô, Lenny, Lulinha, Fellype Gabriel, Bruno Mezenga, Daniel Lovinho, Alex Teixeira... a lista é interminável. E, essa semana, saiu uma notícia a respeito de mais um grande foguete molhado do futebol brasileiro. O que tem uma das histórias mais curiosas entre todos eles.

Tenho muitas lembranças de um jogo em especial desse atleta, no Mineirão, numa tarde de domingo. Aliás, meus novos companheiros de blog, Igor Dias Pinto e Danilo de Castro, também devem se lembrar bastante, porque no outro dia eu estava insuportável na faculdade...

São 34 minutos do segundo tempo, e, depois de muitas viradas, pênaltis e emoções, o Cruzeiro vence o Galo por 4x3. O time celeste, apesar da vantagem no placar, continua no ataque. O centroavante Roni, vigiado de perto pela defesa alvinegra, dá um passe lateral para Kerlon, livre na ponta direita. Ele, que havia saído do banco de reservas para desequilibrar o jogo ao lado de outro garoto de 19 anos, Guilherme, é imediatamente cercado por dois defensores, e ainda havia um terceiro na sobra. Pra se livrar deles e invadir a área, só usando a cabeça. No caso de Kerlon, literalmente.

Bola pro alto, e o jovem meia-atacante a controla na cabeça com uma habilidade de fazer inveja a uma foca de circo. São três toques numa corrida em direção à grande área, até a entrada assassina do lateral Coelho pôr fim à jogada. As duas torcidas fazem o Mineirão vir abaixo: a cruzeirense, de euforia; a atleticana, de raiva. Após um princípio de confusão, Coelho é expulso, e, com um jogador a menos, a reação alvinegra se torna mais difícil.


O lance rodou o mundo. A imprensa chamou de futebol-arte, zagueiros de todo o Brasil prometeram arregaçar Kerlon, inúmeros técnicos chamaram de menosprezo, e, em meio a tanta polêmica, aumentavam ainda mais os vídeos no Youtube apresentando “o próximo Ronaldinho”.

Pois bem: já se passaram quase quatro anos desde aquela tarde de setembro de 2007, e até hoje o “próximo Ronaldinho” não apareceu.

Não apareceu, em parte, por causa das seguidas contusões nos dois joelhos. Em 2008, enquanto se recuperava de uma delas, Kerlon seguiu as orientações de seu empresário, o italiano Mino Raiola, e deixou o Cruzeiro (pelas portas dos fundos, alegando que se achava em condições de ser titular desde sempre), rumo à Velha Bota.

Jogou quatro partidas pelo Chievo Verona e se machucou de novo. Mesmo assim, a Inter de Milão o contratou na temporada seguinte, repassando-o ao Ajax, da Holanda, para adquirir experiência. Não chegou a entrar em campo por nenhuma das duas equipes, graças a duas novas lesões.

No começo do ano, achei que Kerlon tinha chegado ao fundo do poço, amargando a reserva no Paraná Clube. Me enganei. Ele pediu dispensa seis meses depois, tendo jogado mais quatro partidas e não recuperando a forma física.

Certa vez, citei o caso do zagueiro Gladstone, que saiu da Juventus e foi parar no Náutico. Mas Kerlon foi ainda mais além. Do alto de seus 6 anos de carreira, com a “impressionante” marca de UM gol em 52 jogos, ele conseguiu a proeza de sair da Inter de Milão para o Nacional de Nova Serrana, que, recentemente, ganhou a segunda divisão do Campeonato Mineiro. Triste situação para um jovem de 23 anos que corre o risco de se aposentar prematuramente, vencido pelas contusões.

Seria cômico se não fosse trágico. Mas não deixa de ser uma aberração futebolística.
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Ensaio sobre a hora do adeus

Dentro de um estádio de futebol, boa parte da beleza do espetáculo vem do público. Não era diferente naquela ocasião. No Engenhão abarrotado de gente, todos cantam, todos incentivam, todos enaltecem o grande responsável pela festa: um astro de renome internacional, acostumado desde sempre a apresentar seu talento diante de plateias gigantescas.

O astro, por sua vez, retribui com demonstrações generosas de seu talento. Tudo o que ele faz dentro daquela estádio é para os fãs, não para si próprio. Cada parte do repertório faz com que todos se levantem de seus assentos, e, ao se levantarem, mais os fãs têm certeza de que estão diante de um verdadeiro showman.

A festa é tão grande que ninguém parece se lembrar que aquela apresentação é uma das últimas da carreira do nosso protagonista. Ele ainda está numa forma incrível – melhor até do que a de seus companheiros, que, diga-se de passagem, estão longe de serem ruins –, mas a idade avançada o obriga a se aposentar em breve. Exatamente por isso, tanto o público quanto o astro tentam tirar o maior proveito possível daquele evento. Em breve, eles ficarão apenas na lembrança. Ou nos DVDs.

Ok, confesso: não estou falando da partida de despedida de algum jogador específico, mas do último show em solo brasileiro de um ilustre torcedor inglês do Everton chamado Paul McCartney (show, aliás, que eu e meu nobre amigo Guilherme Pedrosa estávamos combinando de ir desde 2008 e não passamos nem perto). Mas essa descrição também cabe perfeitamente à última partida de Petković, disputada nas mesmas condições poucas semanas depois. O sentimento de quem esteve lá era idêntico.

A questão é: nós, fãs, temos o hábito de cultivar a ilusão de que nossos ídolos estarão lá pra sempre. Poucos são os que se preparam para vê-los saindo de cena. E nenhum admite a hipótese de relegar a contribuição dele para a história de seu clube ou seleção ao esquecimento.

Sábado, foi o Pet. Semanas antes, de uma tacada só, o Manchester United viu Van der Sar, Gary Neville e Paul Scholes pendurarem as chuteiras. Ano retrasado, Maldini, no Milan. E, antes deles, gênios do quilate de Zidane, Figo, Nedved e Romário, entre inúmeros outros.

Aliás, enquanto finalizo estas linhas, começa a despedida de mais um: Ronaldo Fenômeno.

E nós que nos preparemos: daqui a pouco vai chegar a hora da aposentadoria de mitos como Rivaldo, Roberto Carlos, Marcos, Rogério Ceni, Alex, Ronaldinho Gaúcho, Henry, Beckham, Giggs, Raúl, Buffon...

E, claro, o Paul McCartney.
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“Crônica F.C.” – Toda soberba foi penalizada (te cuida, Santos!)

(Colaboração de Igor Dias Pinto)

Nota inicial: foi a conta de eu abrir o Word pra redigir um post sobre a tragédia brasileira na Libertadores e ver um e-mail do meu brother Igor Dias Pinto com o texto pronto. Tenho o prazer de publicar algo que certamente resumiria uma de nossas possíveis conversas nos corredores da faculdade, se fosse há alguns semestres atrás. Espero que vocês gostem.

Entra ano, sai ano, e todos os clubes brasileiros são favoritos à conquista da América. As torcidas acreditam piamente que os times daqui são melhores do que os times de qualquer outro país sul-americano e do México. Não há nada de mal nisso – afinal de contas, o papel do torcedor é acreditar sempre, e, mesmo sem conhecer os futuros adversários estrangeiros, continuamos nos considerando os melhores.

O problema desta presunção é quando os atletas têm a mesma consciência de seus torcedores e, diante da oportunidade de liquidarem determinada partida, como aconteceu na primeira rodada das oitavas de final da Libertadores – principalmente com Internacional e Cruzeiro –, não perpetram.

As eliminações desses dois, aliás, certamente protagonizaram as maiores decepções. Ambos deram seus adversários como mortos diante dos bons resultados conquistados em território inimigo e mesclaram displicência e nervosismo durante partes de seus embates de volta.

Nos casos de Fluminense e Grêmio, a situação era bem diferente. O time gaúcho, carente em criatividade no meio campo, qualidade nos avanços pelo lado esquerdo e na marcação pelo direito, perdeu em casa e sua eliminação não assusta. O Tricolor carioca é outro que não iludiu seu torcedor, apenas adiou o sofrimento. Classificou-se para as oitavas heroicamente, após o fraco desempenho na primeira fase, e no mata-mata não demonstrou força. O placar conquistado no Rio de Janeiro contra o Libertad não representou a verdade do jogo que foi restabelecida no confronto de Assunção.

Até o talentoso Santos, único brasileiro “sobrevivente” desta edição da Libertadores, sofreu para eliminar o América mexicano. A fórmula mágica de Muricy Ramalho tão falada após o clássico San-São, não deu certo na América do Norte e os meninos da Vila têm que agradecer ao contestado goleiro Rafael pela classificação.

Diante da melancólica apresentação nacional, temos que repensar o favoritismo brasileiro. Nossos times são melhores POR QUÊ? Revelamos tantos bons jogadores quanto os outros nove países que possuem representantes no torneio. Digo “bons”, porque “craques”, aqueles capazes de conquistarem títulos carregando o time às costas, são poucos.

Temos vantagens claras, a moeda forte e a profissionalização futebolística que, principalmente nos últimos cinco anos, foi responsável pelo repatriamento de vários bons jogadores, e alguns ex-craques, que haviam deixado o país para ganhar a vida na Europa, no Japão e no Oriente Médio, como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Rivaldo, entre outros.

Mas existe um fato que pesa e muito, muito contra nós, brasileiros. Os hispânicos mantêm um constante e saudável intercâmbio de jogadores, haja vista que os grandes craques do futebol brasileiro dos últimos anos, Conca e Montillo, vieram jogar no Brasil após se destacarem no futebol chileno, e tal relação se repete em vários outros times do Paraguai, Peru, Uruguai e Argentina.

Os grandes times do Boca Juniors eram recheado de paraguaios e colombianos, a Liga Deportiva Universitária, do Equador, no seu ano de glória, 2008, possuía em seu elenco, três argentinos, Norberto Araujo, Claudio Bieler e Damián Manso, o craque do time, além do paraguaio Enrique Vera. Outro exemplo é o caso do argentino Juan Manuel Iturbe, cujo primeiro clube foi o Cerro Porteño. O atleta foi recentemente vendido ao Porto, de Portugal, dando um ótimo retorno financeiro aos paraguaios.

Esta explanação não é uma apologia à importação de jogadores, mas sim uma luz a clarear a visão dos times do Brasil com relação ao futebol jogado nos países fronteiriços. Reitero: não se trata apenas de encher os clubes brasileiros de sul-americanos, mas sim de fazer contratos com jogadores de destaques em suas equipes quando ainda estão nas categorias de base – e aí sim, com maior poder de compra, sermos realmente os conquistadores da América.
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"Crônica F.C" – O terror dos matemáticos

Se Nelson Rodrigues estivesse vivo, provavelmente não teria ficado nem um pouco surpreso ao ver seu Fluminense vencer o Argentinos Juniors fora de casa. Quer dizer, certamente estaria eufórico – com todos os motivos do mundo, diga-se –, certamente nos brindaria com mais uma análise soberba da partida, mas, surpreso, não. Afinal, foi ele quem disse que as partidas do Fluminense são cardíacas, que "vão da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase, ao épico, ao apoteótico. Tudo junto, quase sem fronteiras entre esses opostos".

E ontem, de uma nuvem acima do Estádio Diego Armando Maradona, Nelson Rodrigues assistiu ao jogo e viu como tinha razão.

Creio que existam tantos matemáticos no meio do futebol quanto torcedores. Mesmo porque são muitos os que torcem fazendo a conta de quantos minutos faltam, quantos pontos são necessários, qual a probabilidade de acontecer isto ou aquilo...

Digo isso porque, para falar dessa vitória do Fluminense, é necessário falar em números.

Avançados 43 minutos do segundo tempo.

Esperançosos 1500 torcedores que viajaram à Argentina.

Míseros 8% de chance de classificação.

Desesperados quatro atacantes em campo.

E um único gol que acabaria com todo o sofrimento.

No meio de tanta bagunça entre números e emoções, estatísticas e angústias, um tricolor invade a área e é derrubado pelo goleiro. Não importava que quem sofreu o pênalti sequer fosse um dos atacantes, mas o volante (quase zagueiro) Edinho. Importava era a oportunidade de acabar com tudo de uma vez.

"Era a hora", proferiram Conca e Marquinho.

"Você é um abençoado", disse Rafael Moura ao batedor.

E Fred, com a categoria e o poder de decisão imprescindíveis a quem carrega o número 9 às costas, chutou a bola no ângulo, lembrando ao Brasil inteiro que, enquanto houver um mínimo de probabilidade, o Fluminense não desiste.

E aqueles que achavam impossível escapar dos 98% de chance de rebaixamento, aqueles que decretaram que se classificar para as oitavas de final da Libertadores era como um raio cair três vezes no mesmo lugar, talvez digam que a vitória de ontem não garante nada, que não significa que o Fluminense será campeão. Talvez tenham alguma razão. Mas, que além dessa razão, que tenham uma certeza: a de que não adianta ver os jogos do Tricolor de calculadora na mão. Esse time não redime nenhuma estatística. Os matemáticos não botam medo no Fluminense. O Fluminense é que é o terror dos matemáticos.
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“Crônica F.C.” – O Brasil de Mano e o consenso

No Brasil, existe um consenso que diz que, independentemente do adversário, a seleção tem sempre que jogar bem, ofensivamente e ganhar de goleada. Nessa ordem. Para o torcedor da seleção brasileira, perder e ganhar jogando mal dá quase no mesmo. Técnicos como Dunga e Carlos Alberto Parreira tiveram passagens vitoriosas no comando do Brasil, mas foram – pra não dizer que são até hoje – duramente criticados pela qualidade do futebol apresentado.

Dizem as más línguas que Parreira jamais seria campeão em 1994 se não tivesse recuperado o juízo no último jogo das eliminatórias e convocado o Romário (o que é verdade), e que proibiu os campeonatos de Winning Eleven nas concentrações dos jogos da Copa de 2006 por inveja, já que, no videogame, o Brasil era mil vezes melhor do que na vida real e nem precisava de técnico (o que é mentira, mas, vá lá, tem fundamento...). Dunga, por sua vez, dispensa comentários, já que foi eliminado das quartas-de-finais em 2010 tendo ainda uma substituição a fazer – só não tinha o reserva capaz de mudar a história do jogo, já que Ronaldinho Gaúcho e Ganso ficaram em casa para que Júlio Baptista e Kléberson pudessem viajar.

Dunga e Parreira têm, juntos, seis títulos pela seleção. Mano Menezes, que tem seis jogos, não demonstra – pelo menos por hora – que vá seguir o caminho de seus antecessores.

Tudo bem, o Brasil de Mano perdeu duas vezes seguidas para gigantes do futebol mundial – Argentina e França – e venceu times de medianos pra baixo – EUA, Irã, Escócia e Ucrânia, chegando a passar aperto contra essa última. E talvez ainda seja cedo pra dizer, mas creio que o projeto de Mano para 2014 esteja bem encaminhado. Pelo menos até a metade do time.

Hoje, temos um goleiro e dois laterais-direitos entre os melhores do mundo: Júlio César, Daniel Alves e Maicon. Todos terão mais de 30 anos em 2014, mas devem manter o nível até lá.

Nossos quatro zagueiros – Lúcio, Luisão, Thiago Silva e David Luiz – são titulares em seus clubes e costumam fazer o dever de casa com a camisa amarela. Todos têm grandes chances de estar na Copa, embora Lúcio esteja com 36 anos nessa época.

De volantes, também estamos bem servidos. Lucas Leiva, que chegou a jogar quase como segundo atacante no começo da carreira, hoje é um bom primeiro volante – faz a mesma função do Felipe Melo na Copa, só que com menos violência. Além dele, temos Sandro, Ramires, Elano, Hernanes...

Até aí tá tudo lindo e maravilhoso. Agora surgem as dúvidas.

Como fica a lateral-esquerda? Não temos um grande nome para a posição desde a saída de Roberto Carlos. Michel Bastos não convenceu na Copa, André Santos toma muita bola nas costas e Marcelo é inconstante. Por outro lado, não há muitas opções além das duas últimas.

Quem é o dono da camisa 10? Jogando a bola que sabe, Paulo Henrique Ganso. O são-paulino Lucas também é boa opção. Kaká ainda precisa se recuperar das suas contusões milenares e Ronaldinho precisa fazer mais do que ganhar título em cima do Boavista. Na verdade, qualquer um desses serve, o duro é deixar a 10 com o Jádson...

Quem é o companheiro de Neymar no ataque? Até segunda ordem, Alexandre Pato ou Robinho. Ou os dois, se Mano resolve jogar no 4-3-3. Depende se o time joga com um centroavante de ofício ou não.

Lógico que, para o bem ou para o mal, ainda tem muita coisa pra acontecer nos próximos três anos. Ainda podem acontecer muitos problemas, como contusões ou má fase técnica. Mas vai que a solução de alguns desses problemas aparece nesse pessoal que tá jogando o Sub-17...

É verdade que, até agora, o Brasil de Mano Menezes só bateu em bêbado. Mas, pelo menos no papel, nos dá motivos para acreditar que, independentemente do adversário, a seleção pode sempre jogar bem, ofensivamente e ganhar de goleada. Nessa ordem.
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Ensaio sobre um toque de mágica

Quando você é um aficionado por futebol, sempre vai existir aquele momento especial do qual você se lembrará eternamente. Pode ser um gol, uma jogada bonita, um episódio polêmico... enfim, algo que deixou marcas profundas, sejam elas positivas ou negativas.

O lance marcante da minha vida foi visto pela TV, numa quarta-feira à noite em que eu tinha acabado de voltar do curso de inglês. Embora tenha visto a partida ao vivo, até hoje fico admirado ao ver o tal lance. Aliás, antes de escrever este post, revi o vídeo relacionado lá embaixo mais vezes do que conseguiria contar, e, em todas as vezes, o máximo que pude fazer foi me surpreender com tamanha obra de arte.

Confesso que faz alguns meses desde que pensei em escrever sobre este gol, mas, por motivos de força maior, acabei adiando a publicação para a data de hoje. Por uma incrível e feliz coincidência, o gol aconteceu exatamente nesta data.

Foi num jogo entre São Paulo e Palmeiras, válido pelo torneio Rio-São Paulo. O Palmeiras venceu por 4x2, e, posso dizer, foi uma partidaça. Do lado tricolor, estavam Rogério Ceni, Maldonado, Luís Fabiano, França e um certo Kaká, recém-promovido das categorias de base. Pelo lado alviverde, monstros sagrados como Marcos, Alex, Arce...

Pois bem, vamos ao dia 20 de março de 2002. Aos 27 minutos do primeiro tempo, o Palmeiras já vencia o São Paulo por 2x0 e não dava a menor impressão de que ia tirar o pé do acelerador. A mágica começou em um ataque palmeirense pela direita. Numa rápida troca de passes, o legendário lateral alviverde Arce lança Magrão, que encontra Christian desmarcado na intermediária. Christian não hesita em tocar de primeira para um jogador que parte como um relâmpago em direção à área são-paulina, apesar de dois zagueiros tricolores estarem atentos ao lance.

A bola ainda nem havia chegado ao seu destino e o defensor Emerson já se preparava para interceptar o jogador que recebeu o passe, aguardando o momento exato para dar o bote – no caso, o armador Alex. Se o camisa 10 palestrino tentasse passar pela esquerda, Emerson o desarmaria com facilidade; se tentasse passar pela direita, havia outro zagueiro na sobra; se tentasse passar no meio dos dois, seria louco. Mas o número 10 costuma ser entregue a jogadores diferenciados, e, como tal, Alex conseguiu enxergar uma saída.

Por cima.

Bastou um único toque para que a bola encobrisse Emerson, num chapéu tão desconcertante que, quando o zagueiro se virou, Alex já estava cara a cara com Rogério Ceni. Rogério, que meses mais tarde seria o terceiro goleiro da seleção campeã do mundo, abandonou a meta desesperado. Já havia sofrido dois gols em menos de meia hora, e, se sofresse o terceiro, poderia eliminar qualquer possibilidade de o São Paulo reagir. Ele esperou a bola quicar, avançou sobre Alex, e... veio outro chapéu.

O toque sutil para o gol, sem deixar a bola cair, foi a assinatura perfeita para uma das maiores obras de arte que o Morumbi já viu, um verdadeiro patrimônio futebolístico da humanidade. Um gol de craque, um gol de placa, um gol de outdoor – como esse que a torcida palmeirense colocou na frente do CT do São Paulo no dia seguinte. Alex precisou de quatro segundos e três toques na bola para construir esse monumento no gramado.

E eu, na minha condição de espectador da partida pela TV, só me lembro de sentir uma mistura de fascínio e raiva quando assisti a este lance. Fascínio porque foi algo tão maravilhoso que, quando me dei conta, estava comemorando um gol de um time que não era o meu. E raiva porque o autor da tal maravilha esteve no meu time de verdade seis meses antes, sem demonstrar a metade da genialidade presente neste lance.

Pra minha sorte, pouco depois ele voltou ao Cruzeiro e me deu motivos de sobra – e põe sobra nisso – pra esquecer essa raiva.

Obrigado, Alex.

Não só por 2003, mas por me ter feito gostar ainda mais de futebol.

Com vocês, o golaço:

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“Crônica F.C.” – Enfim, olharam para a Toca da Raposa

Agradecimentos ao Edward. O texto também está disponível aqui.

O elenco do Cruzeiro é mais ou menos o mesmo desde 2008. O time esteve em todas as edições da Copa Libertadores daquele ano em diante, e, embora não tenha vencido nenhum título expressivo desde então, sempre terminou o Campeonato Brasileiro entre os quatro primeiros. Nesse período, apenas dois jogadores do clube foram brevemente convocados para a Seleção: o volante Ramires (que deixou o Cruzeiro pouco depois da sua primeira convocação, mas continuou sendo chamado) e o lateral-esquerdo Gilberto (por absoluta falta de opção às vésperas da Copa do Mundo).

Hoje, o técnico Mano Menezes anunciou quem são os 23 jogadores que enfrentarão a Escócia no dia 27 de março. E uma das novidades veste a camisa azul-estrelada.

Enfim, olharam para a Toca da Raposa.

Enfim, se lembraram de um atleta fundamental para o time nesses últimos anos.

Um jogador que chegou como titular, depois passou algum tempo fora da equipe e, quando voltou ao time principal, conquistou a confiança do torcedor com suas freqüentes boas atuações.

Uma peça importante no setor defensivo, que tem sido decisivo para o bom desempenho do Cruzeiro durante todo esse tempo.

Alguém que certamente está entre os melhores do país em sua posição.

O convocado foi o volante Henrique, merecidamente. Mas a descrição acima seria mais merecida ainda caso se referisse ao goleiro Fábio...
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“Crônica F.C.” – A última queda do Fenômeno

Já cansei de usar esse espaço para fazer desabafos e reclamações, meio que ignorando as distinções entre jornalista e torcedor. Mas hoje eu não estou “meio” que ignorando, estou ignorando completamente. O que eu vou postar a seguir é um depoimento pessoal em homenagem a um dos melhores centroavantes que o mundo já viu. Não como jornalista, não como torcedor, mas como fã.

Não sei quanto a você que está lendo o texto, mas eu me lembro muito bem do dia 12 de julho de 1998. Eu tinha nove anos e meio de idade e, naquela tarde de domingo, minha família foi a última a chegar à casa da minha avó para assistir à final da Copa do Mundo. Lembro que levei uma pequena mala comigo – era a primeira vez que ia dormir fora de casa sem meus pais.

A camisa número 10 do Raí em 1994 – e que eu usei em todos os jogos de 1998 – podia dizer o contrário, mas, até a Copa da França, eu não gostava de futebol. Quer dizer, tinha sei lá quantas camisas do Cruzeiro (raríssimas numa família de atleticanos como a minha), tive um amigo invisível chamado Ronaldinho quando menor, mas não gostava de futebol. Mas foi só ver aquele tanto de gente vestindo amarelo na frente da TV, incentivando aquele camisa 9 de cabeça raspada a destruir as defesas adversárias, que eu não demorei a mudar de ideia. Tanto não demorei que não vi metade dos gols do Brasil na primeira fase. Eu assistia ao primeiro tempo e, no segundo, ia jogar bola na varanda com um primo.

Bem, voltemos ao 12 de julho. Não jogamos bola por dois motivos: primeiro porque a varanda estava cheia de mesas com salgadinhos e segundo porque o Zidane não deixou a gente desgrudar os olhos da TV. Os dois gols dele fizeram os salgadinhos esfriar. O do Petit fez todo mundo perder a fome.

Assim que o jogo acabou, enquanto ouvia o estouro dos balões mais triste da minha vida, caminhei pro banheiro e passei uns longos dez minutos chorando. Não podia acreditar que o melhor jogador da seleção tinha passado mal. Não conseguia entender como era possível que o Brasil perdesse. Fiquei tão abatido que perdi a vontade de dormir na casa da minha avó, preferi voltar pra casa. Mas nem no meu quarto eu dormi direito.

E eu, que sequer gostava de futebol há pouco mais de um mês antes daquela tarde infeliz, coloquei na minha cabeça que seria o camisa 10 da seleção na Copa de 2010. Teria 21 anos, a mesma idade do Ronaldinho em 98, e daria o passe pra ele marcar o gol da vitória em um jogo contra a França. Queria me vingar do Zidane. Guardei raiva dele durante anos.

Pois bem. Treze anos e muitas doses de realidade depois disso, aqui estamos. Só evoquei uma das minhas lembranças mais tristes porque minha noite de domingo foi tão ruim quanto aquela. Meu herói de infância, que teve a carreira dada por encerrada três vezes depois daquela final, dessa vez não vai ressurgir das cinzas. Vai demorar muito tempo pra cair a ficha de que não vou vê-lo mais em atividade.

Dói chamar Ronaldo de ex-jogador. E, pior do que isso, não foi a aposentadoria que o Fenômeno merecia. Não havia necessidade de passar vergonha tentando enaltecer o final da carreira, e nem de alimentar o sonho de ganhar a Libertadores. Ronaldo já não precisava provar nada a ninguém. Fora decisivo em todos os clubes onde jogou. Ressuscitou para o futebol mais vezes do que podemos acreditar. Todo o carinho que demonstrou pela bola foi recíproco.



Diferentemente de 1998, agora eu consigo enxergar os lados positivos da situação. Se daquela vez Ronaldo saiu de cena derrotado por Zidane, a figura que fica agora é a de um grande vencedor. O homem que entra para a história não é o centroavante fora de forma que levou a culpa pela eliminação do Corinthians na Libertadores, e sim o jogador que encantou o Brasil e o mundo com gols espetaculares.

Gordo, magro, careca, cabeludo, pegando mulher, pegando traveco... nada disso importa. Nada disso apaga a imagem que se perpetuou na mitologia futebolística.

Porque daqui a uns 15 anos, quando eu tiver um filho com idade para aprender a gostar de futebol, ele certamente vai me perguntar quem foi o melhor que eu vi jogar.

— Ah, tem o Ronaldo...
— Ronaldo? Acho que já ouvi falar... que jogador era esse, pai?
— Jogador? Era mais do que isso, filho. Era um Fenômeno.
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“Crônica F.C.” – Não precisava ser assim... (III)

Terceiro e último da série, assim espero.



Algo que me impressiona no mundo do futebol é a rapidez com que certas reviravoltas acontecem.

Hoje é dia 13 de fevereiro de 2011. Há exatos onze dias, o Corinthians foi à Colômbia para enfrentar um desconhecido clube local e, conforme se esperava, apenas confirmar presença na fase de grupos da Libertadores. Já sabemos que o esperado não aconteceu. O problema é o que houve depois...

Primeiro de tudo: é desnecessário falar da decepção que uma torcida sofre quando vê seu time sendo eliminado de um torneio tão importante. No dia seguinte, os corintianos de verdade estavam quietos em casa, achando que o ano tinha acabado. E, enquanto isso, uma meia dúzia de BANDIDOS fantasiados de torcedores atirava pedras em ônibus, saía no braço com a polícia, quebrava carros de jogadores e destruía o CT. Tudo isso porque o “clube do coração” (ênfase nas aspas, por favor) deles perdeu um jogo. Ah é, e ninguém foi preso.

Mais três dias e vem o clássico com o Palmeiras, num Pacaembu dominado pelo verde. Os medalhões do time, com as cabeças postas a prêmio, não passaram nem perto do gramado. Pelo menos não ficaram com calo na vista, vendo o alvinegro vencer por 1x0 num jogo horroroso.

Eles também não estiveram presentes na reestreia de Liédson, contra o Ituano. Nem 7 mil pessoas viram o time vencer por 4x0. E, enquanto isso, os tais bandidos citados anteriormente – que, se fossem torcedores mesmo, estariam lá no meio dos 7 mil – preferem ameaçar o lateral Roberto Carlos e sua família.

Nada disso precisava ser assim. Muito menos o que veio a seguir. Nada disso precisava tomar a dimensão que tomou.

Acabou que, em menos de duas semanas, o time que poderia ser campeão da Libertadores ruiu.

Ok, não existem jogadores maiores que os clubes, nem empregos vitalícios no futebol. Mas não é certo ignorar deliberadamente a contribuição de certos atletas para com as instituições por causa de um ou outro evento, por mais catastróficos que sejam.

Roberto Carlos, com 38 anos nas costas, foi o melhor lateral-esquerdo do último Brasileirão e continuava entre os melhores do país. Em pouco mais de um ano, jogou 64 partidas pelo Corinthians e marcou 5 gols – números importantes se levarmos em consideração a idade do jogador. Mas nada disso parecia importar quando ficou de fora do jogo contra o Tolima. Daí, surgem as já citadas ameaças e, quando ele aceita uma proposta milionária do futebol russo, aparece jornalista falando que a saída se deu pelo dinheiro, como se o indivíduo não fosse rico o suficiente e não temesse pela sua segurança.

Ronaldo se acostumou a resolver partidas durante toda a sua carreira, e foi fundamental na conquista da Copa do Brasil em 2009. Foi só não resolver o jogo contra o Tolima que, por isso, mal podia sair na rua sem ouvir desaforos. De repente, já não era mais o jogador que ensinou ao Corinthians a valorizar sua marca. Chegou num nível que não agüentou nem as dores no corpo e nem as cobranças da torcida – preferiu se aposentar. Forma física à parte, não era o final de carreira que o Fenômeno merecia.

No fim das contas, um dos principais jogadores corre o risco de sair (Bruno César), dois já pularam fora pra valer e, com eles, provavelmente devem ir embora cerca de 50% da renda do Timão.

Lógico que eu, que torço pra outro time, não tenho nada com isso, mas tenho um recado pra você, corintiano, que exigiu as saídas de Roberto Carlos e Ronaldo. Imagine-se como um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, dependendo do Danilo pra armar as jogadas e do Leandro Castán pra proteger a defesa. Ah, e sendo treinado pelo Tite. Deu certo? Não, né? Então agora se vira com o Liédson sem companheiros ou reservas decentes e com o Fábio Santos na lateral =)

A eliminação precoce na Libertadores poderia não ser o fim do mundo. Mas a falta de controle e a pressão proveniente disso, sim.

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“Crônica F.C.” – Não precisava ser assim... (II)

Pra falar a verdade, pensei em escrever uma crônica intitulada “A justiça tarda, mas não falha”, mas me pareceu forçado demais, pra não falar em clichê e tendencioso. Depois, pensei em “Toliminado”, aproveitando um recente Trending Topic do Twitter, mas também não me convenceu. Portanto, preferi dar continuidade a algo que eu já havia escrito.

O time do Corinthians não mudou tanto entre os 97 dias que separaram o assalto contra o Cruzeiro no Pacaembu e o vexame diante do Tolima em Ibagué. O capitão William se aposentou e o volante Elias foi para o Atlético de Madrid, mas, fora isso, o time apenas se livrou de alguns pesos mortos, como Souza, Boquita, Thiago Heleno, Defederico... ainda assim, mesmo com cinco jogadores retornando de empréstimo e mais algumas contratações, o elenco alvinegro de 2011 nada mais era do que uma versão envelhecida, enfraquecida e fora de forma do de 2010.

Mas isso não serve de desculpa pra a eliminação precoce na Copa Libertadores (desculpa aí se decepcionei alguém, mas pré-Libertadores não existe). Não precisava ser assim.

Não precisava ser assim porque a Libertadores é o tipo do torneio que ninguém vence na base do “já ganhou” – o salto alto do Fluminense diante da LDU e do Cruzeiro contra o Estudiantes não me deixa mentir. Enfrentando um adversário desconhecido, o Corinthians achou que já estava garantido na fase de grupos – e, se antes nenhum corintiano conhecia o Tolima, agora nenhum esquecerá.

Não precisava ser assim porque o Timão tem, de fato, um elenco capaz de ser campeão continental, mas que, principalmente por ser treinado pelo Tite, é cheio de poréns. O time precisava fazer gol e não tinha UM jogador sequer para armar as jogadas, porque entrou com três volantes preocupados em marcar, os improdutivos Jorge Henrique e Dentinho nas pontas e o Ronaldo paradão no ataque, enquanto Danilo e Bruno César (um dos melhores camisas 10 do último Brasileirão) esquentavam banco. O goleiro Júlio César fez um bom Campeonato Brasileiro e esteve bem na partida de ontem, mas não faz milagre sozinho, principalmente com o Leandro Castán à sua frente. Roberto Carlos, acostumado a jogos decisivos, foi vetado. E o peruano Luis Ramírez, que estreou fazendo gol no Paulistão, conseguiu piorar ainda mais as coisas sendo expulso um minuto depois de entrar em campo.

Não precisava ser assim porque Ronaldo, que afirmou pra Deus e o mundo que queria conquistar as Américas em seu último ano como profissional, insiste em entrar em campo em condições físicas que chegam a ser desrespeitosas com o torcedor. Continua sendo meu ídolo e sempre será, mas acho que o futebol está parando com ele antes que ele pare com o futebol.

E enfim, que me perdoem os alvinegros, mas não precisava ser assim porque tem vitórias que são mais difíceis de conseguir sem a ajuda da CBF.

Independente de (falta de) títulos continentais, ajuda da arbitragem ou possíveis vexames, o Corinthians é um gigante do futebol brasileiro e mundial e continuará sendo. Mas, pra quem quer vencer o torneio até 2014, presidente Andrés Sanchez, ainda falta muita coisa pra corrigir.

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“Narrações Inesquecíveis” – Galvão Bueno ("Olha o que ele fez!")

Post em homenagem ao ilustre professor Maurício, fiel leitor do blog durante todas as sextas-feiras desse último semestre de 2010, quando eu “invadia” deliberadamente a aula do 6° período depois da minha orientação de monografia. Faz quase UM MÊS que o Maurício me pediu o link presente nesse post e eu esqueci de mandar pro e-mail dele. Desculpa aí, Maurição!

No Brasil, ninguém nunca deu nada pela seleção da Venezuela, e não seria na Copa América de 1999 que começariam a dar. E não era pra menos: na nossa estreia na competição, contra a Viño Tinto, ganhávamos por 4x0 antes de chegar a meia hora do segundo tempo. Com a fatura liquidada, o técnico Vanderlei Luxemburgo (cujo nome, na época, se escrevia com W no começo e Y no final) olha para o banco e repara em um garoto de 19 anos, louco para entrar no time o quanto antes.

Até então, poucos torcedores – exceto os do Grêmio – conheciam aquele moleque alto, magrelo e dentuço que entrou no lugar do então palmeirense Alex. Bom, quer dizer que o problema era o desconhecimento? Pois bem: aos 29 minutos do segundo tempo, Ronaldinho Gaúcho apresentou seu cartão de visitas para o Brasil e para o mundo.

E a reação geral não foi muito diferente da que o Galvão Bueno teve.



Com a palavra, Luxa:
“Quando percebi que o jogo contra a Venezuela estava decidido, resolvi: ‘vou batizar esse moleque’. A ideia era que ele entrasse para perder logo o receio de vestir a camisa da seleção. Depois que ele fez aquele golaço, ficou tudo mais fácil” (extraído do livro Os 11 maiores Camisas 10 do futebol brasileiro, de Marcelo Barreto)

Um tanto pior para os venezuelanos Rey (que tomou o chapéu), Rojas (do drible de calcanhar) e Vega (que viu a bola estufar as redes vinda de um ângulo bastante difícil). Fora que eles ainda tomaram mais dois gols depois disso...

Ah, em tempo: o Jornalheiros Esporte Clube deseja a todos os leitores um FELIZ NATAL!
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“Crônica F.C.” – Tricolor de coração

Agora que finalmente sabemos quem é o campeão Brasileiro de 2010, o protocolo jornalístico diz que precisamos escolher um personagem para simbolizar a conquista do Fluminense. E, diga-se de passagem, candidatos não faltam.

Por exemplo, o Fred. Enquanto não esteve no departamento médico, foi decisivo para o time desde que chegou – seja livrando o tricolor do rebaixamento em 2009, seja comandando o ataque na reta final esse ano.

Ou talvez o Sheik, que, ao marcar o gol do título, se sagrou bicampeão, já que esteve no Flamengo na edição anterior.

Não podemos esquecer o Conca, o único jogador de linha a disputar TODAS as partidas do certame, e com uma regularidade que o coloca entre os melhores do campeonato (se não o melhor).

Mariano, que saiu chutado de quase todos os clubes em que jogou, mas deu a volta por cima esse ano e chegou à seleção.

Washington, que não faz gol há 15 jogos, mas que quis trocar, de bom grado, a artilharia do torneio pelo título.

Deco, que, depois de 10 anos na Europa – ganhando tudo quanto é título –, retornou ao futebol brasileiro ganhando o maior salário do país e, mesmo não rendendo tanto quanto esperado, acabou campeão.

E tem também o Belletti, que, como bem lembrou nosso colega Dany Starling, foi campeão inglês pelo Chelsea e brasileiro no mesmo ano, praticamente sem entrar em campo!

Todos esses, e mais alguns que me fogem à memória, obviamente contribuíram de uma forma ou outra para o triunfo do Fluminense. Mas creio que nenhum deles combina tanto com os versos a seguir quanto o técnico Muricy Ramalho:

Sou tricolor de coração
Sou do clube tantas vezes campeão

Se tratando do Muricy, isso vale também para o outro tricolor em que fez história: o São Paulo, onde de fato foi tantas vezes campeão.

Quase foi campeão, também, no Palmeiras – e só não foi, principalmente, por conta de problemas com a diretoria que acabaram interferindo no desempenho do time. Apesar de liderar boa parte do Brasileirão de 2009, perdeu fôlego na reta final e acabou apenas em 5°.

Mas e no tricolor carioca? Demitido do verdão, Muricy chegou às Laranjeiras em abril, e, em julho, foi convidado pela CBF para ser técnico da seleção brasileira. A resposta?

"Se o Flu não liberar, eu não vou".

Querer, é lógico que queria. Mas Roberto Horcades, presidente do Fluminense, não quis deixar. Provavelmente, qualquer outro técnico ficaria revoltado, mas o obediente Muricy reagiu com indiferença.

Fascina pela sua disciplina
O Fluminense me domina
Eu tenho amor ao tricolor

Tudo isso para seguir à frente de um clube que, após quase ser rebaixado no ano anterior, investia pesado para voos mais altos em 2010. Que, após vencer uma Copa do Brasil, sofreu sucessivos vexames – vice da Libertadores, da Copa Sul-Americana e com campanhas pífias no Brasileirão. E que carrega o triste estigma de ser o único grande carioca com passagem pela Série C. Valia à pena?

Salve o querido pavilhão
Das três cores que traduzem tradição
A paz, a esperança e o vigor
Unido e forte pelo esporte
Eu sou é tricolor

Valia. Melhor time do primeiro turno, passou a reta final se revezando ente a 1ª e a 3ª posição com Corinthians e Cruzeiro. E ter um técnico eficiente e competente, àquela altura da competição, faz TODA a diferença. Um técnico que saiba que, no final, vencerá o mais regular.

Vence o Fluminense
Com o verde da esperança
Pois quem espera sempre alcança
Clube que orgulha o Brasil
Retumbante de glórias
E vitórias mil

Regularidade é o nome do meio de Muricy Ramalho. Tanto que, dos últimos cinco campeonatos nacionais, ele venceu quatro – e, antes disso, ainda foi vice-campeão com o Inter, em 2005. E essa regularidade é que manteve o time no topo, a despeito dos erros de arbitragem a favor do Corinthians e da excelente campanha de visitante do Cruzeiro (não que esses dois times estivessem no topo só por isso, mas enfim... não vem ao caso, hoje).

Vence o Fluminense
Com sangue do encarnado
Com amor e com vigor
Faz a torcida querida
Vibrar com emoção
O tricampeão

Parabéns ao Fluminense, o justo campeão de 2010.

E, sobretudo, parabéns ao Muricy, o melhor técnico brasileiro da era dos pontos corridos.
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"Crônica F.C" – Do Inferno ao Céu em 9 anos


Você se lembra do Brasileirão de 2001? Foi um campeonato com tantas aberrações que, pra falar a verdade, merecia mesmo era o esquecimento – exceto por parte da torcida do Atlético Paranaense, vencedor com louvores. E com o Geninho como técnico!

Evocamos a lembrança deste estranho campeonato para termos uma ideia do que as últimas horas representam para o América Futebol Clube.

No dia 2 de dezembro daquele ano, o Coelho já não dependia das próprias forças para continuar na elite do futebol brasileiro. Além de vencer o Juventude, o América ainda tinha de torcer contra Botafogo de Ribeirão Preto, Santa Cruz e Flamengo. Entretanto, apesar de os paulistas conseguirem levar 5 gols do Gama (!!!), tudo ocorreu às avessas para o alviverde mineiro.

O Flamengo se livrou do rebaixamento ao vencer o Palmeiras por 2x0, em Juiz de Fora. O Santa Cruz, apesar de ter vencido o Guarani no Brinco de Ouro, não escapou do descenso. E, para jogar a pá de cal nas esperanças americanas, o Juventude empatou a partida no segundo tempo, relegando o Coelho ao penúltimo lugar. E isso porque o América tinha jogadores como os ex-corintianos Maurício e Mirandinha, o zagueiro Thiago Gosling (que seria campeão brasileiro dois anos depois, pelo Cruzeiro), o volante Claudinei (que também poderia ter sido campeão, mas antes foi dispensado por indisciplina e morreu numa briga de bar), afora algumas lendas do clube: Tucho, Somália e Wellington Paulo. O clube de Caxias do Sul, exceto pelo técnico Emerson Leão e o volante Marcos Senna (ele mesmo, o que se naturalizou espanhol e ganhou a Eurocopa outro dia), era um time de desconhecidos.

Como se nada disso fosse suficiente, em 2004 veio o rebaixamento para a terceira divisão. Em 2007, o fundo do poço: rebaixado para o Módulo II do Campeonato Mineiro – e, portanto, não disputaria nem mesmo a terceirona. Mas o pior da história, mesmo, era ver o Ipatinga em plena ascensão, subindo para a elite do futebol brasileiro e reclamando o posto de terceira força de Minas Gerais.

Mas, para o América, perder o lugar para um time sem um décimo de sua história, tradição e torcida já era muito. Em, 2008, o Coelho não fez mais do que sua obrigação e retornou à elite – no mesmo ano em que, curiosamente, o Ipatinga é que caiu para o Módulo II e para a Série B. Em 2009, enquanto o Cruzeiro era vice da Libertadores e o Atlético decepcionava no Brasileirão (terminou em 7° depois de passar o campeonato inteiro no G-4), o América vencia a Série C. E, ontem, veio a impressão de que, finalmente, as coisas retomaram seu devido lugar.

Como não poderia ser diferente, a dificuldade mais uma vez marcou presença nos feitos do Coelho. Mesmo dependendo apenas de suas forças para subir, não faltou emoção na 38ª e última rodada americana na segunda divisão de 2010.

O confronto com a Ponte Preta, em Campinas, esteve longe de ser calmo para a torcida alviverde. A equipe mandante foi superior em grande parte do primeiro tempo, pois os comandados de Mauro Fernandes não conseguiam reter a bola no meio campo, o que dificultava a ação de Fábio Jr., único atacante escalado na primeira etapa. Os campineiros criaram boas chances de gol. Porém, nem mesmo quando o zagueiro Gabriel, do América, errou ao tentar tirar uma bola e acertou seu travessão, o time paulista obteve vantagem no placar.

Na segunda etapa, a Macaca ainda conseguia leve vantagem sobre a equipe belo-horizontina. Entretanto, nos contra-ataques, o América esporadicamente subia com qualidade em direção à meta pontepretana. Dessa maneira, o time mineiro segurou o empate fora de casa e a vaga na elite.

Depois de uma década sofrida e até humilhante, nada mais merecido do que a redenção de um acesso nessas circunstâncias. E chega a ser curioso porque, enquanto o América é quem sobe para a Série A, o outrora ameaçador Ipatinga cai para a C (perdendo o lugar para o Ituiutaba) e o Goiás para a B – para quem não sabe, o time esmeraldino enverga camisas verdes porque disputou a primeira partida de sua história com uniformes doados pelo Coelho.

Um clube que há pouco mais de três anos estava rebaixado para a Segunda Divisão de um campeonato estadual hoje está de volta junto aos grandes. E que permaneça lá por muito tempo.



PARABÉNS, COELHÃO!!!
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“Crônica F.C.” – Não precisava ser assim...

Aviso prévio: tanto faz se você é corintiano, cruzeirense ou seja lá qual for seu time. Esteja à vontade para concordar ou discordar das palavras abaixo, mas, se for comentar, faça o favor de argumentar que nem gente grande. QUALQUER demonstração de ofensividade e o comentário vai ser deletado sem dó nem piedade. Sim, somos ditadores.

Escrevo este post sob uma carga emocional enorme, portanto perdoem este blogueiro pelo tom de desabafo. Não é porque meu time acabou de perder o jogo que, possivelmente, decidiu quem vai ser o campeão brasileiro de 2010, mas sim porque um dos meus heróis de infância protagonizou um dos episódios mais vergonhosos e ultrajantes que eu já vi contra o Cruzeiro Esporte Clube.

Empatado com o Corinthians em número de pontos, o time azul-estrelado viajou a São Paulo confiante. E os alvinegros, à frente na tabela pelo critério dos gols a favor, não desejavam menos a vitória. Para uma partida tão importante, já no fim do torneio e entre dois postulantes ao título, a CBF escalou aquele que, até então, era o melhor árbitro e revelação do campeonato: Sandro Meira Ricci.

Pena que, depois da partida, a única “revelação” apresentada por este distinto senhor foi a mancha irremediável em sua honra daqui por diante.

São 41 minutos da etapa complementar. A pressão é gigantesca para os dois times, uma vez que o empate é ruim para ambos. Jorge Henrique atacava pela esquerda, cercado por Jonathan. Tinha espaço para partir para cima do lateral, mas enxergou um dos maiores centroavantes da história do futebol mundial se movimentando em direção ao gol.

Veio o cruzamento. A bola, em trajetória descendente, tinha endereço certo: o peito de seu amigo de longa data, Ronaldo. Mas o zagueiro Gil, nem um pouco disposto a se tornar um mero espectador do lance, saltou para disputar a bola com o Fenômeno. Veio o choque. Veio a queda. Veio o pênalti para o Corinthians, e, com ele, a minha decepção.


É difícil falar isso pra alguém que, com 4 anos de idade, tinha um amigo invisível chamado Ronaldinho. É difícil, pra quem tinha 9 anos de idade na final da Copa de 1998 e chorou porque o melhor jogador da seleção tinha passado mal, admitir que justo ele tenha sua parcela de culpa num ato tão canalha quanto o do juiz.

Bem antes, o cruzeirense Thiago Ribeiro sofreu duas ou três tentativas de assassinato ao invadir a área adversária, quase quebrando o pé em uma delas. Mas, além de não ter marcado pênalti, o senhor Sandro Meira “Todo-poderoso Timão” Ricci ainda lhe deu cartão amarelo. Talvez a história fosse outra, caso se tratasse de um jogador de renome internacional... TALVEZ. Mas Thiago Ribeiro NÃO joga em um clube do eixo Rio-São Paulo.

Mas e quando a “vítima” é o maior artilheiro da história das Copas, melhor jogador que incontáveis pessoas ao redor do mundo viram em atuação e com passagens vitoriosas em todos os clubes onde jogou? Tá certo que o Gil é o zagueiro mais estabanado do elenco do Cruzeiro, mas houve um choque normal e o Ronaldo perdeu o equilíbrio. Como o Sandro Ricci se comportou diante disso? Conta pra gente, Cosme Rímoli:

Ronaldo gritou, cobrou o árbitro, como se fosse um chefe falando com um subalterno.

E Sandro resolveu marcar pênalti.

Nem os jogadores corintianos acreditaram.

Até os torcedores estranhavam tamanho presente.

Pênalti marcado.

Ronaldo, frio com uma pedra de gelo no lugar do coração, fez o gol e não quis nem saber da estranha injustiça.


Fonte: http://migre.me/2csn8

Acreditem, corintianos, palmeirenses, são-paulinos, flamenguistas, vascaínos, e, em menor escala (por acontecer com menos frequência), tricolores, botafoguenses e santistas: ninguém mais no Brasil, principalmente aqui em Minas e no Rio Grande do Sul, aguenta mais usar o termo “eixo do mal” para se referir aos clubes do Rio e de São Paulo. Sabemos (quer dizer, eu pelo menos sei) que a culpa da sem-vergonhice dos árbitros não é de vocês, torcedores. Mas, pelo amor de Deus, será que dá pra entender que nós estamos de saco cheio de ver nossos times sendo OPERADOS quando vamos jogar contra vocês? Será que tem graça sair trêbado na rua, gritando “É CAMPEÃÃÃÃÃO” e fazendo algazarra, quando seu time “É CAMPEÃÃÃÃÃO” na base da trapaça?

E o pior da história é que, para ser campeão, um time com a grandeza do Corinthians não tem a menor necessidade de juízes prestando vassalagem ao Ronaldo. Eles têm lá o Roberto Carlos, que é o melhor lateral-esquerdo do mundo dos últimos 15 anos, pelo menos. Têm o Bruno César, o melhor armador brasileiro do campeonato (visto que o Ganso tá machucado e os outros três são argentinos). Têm Elias e Jucilei, dois volantes de nível de seleção. Jorge Henrique, William, Júlio César...

Enfim, perdoem por mandar a imparcialidade para o inferno, acho que é por essas e outras que o apelido “Timão” é por causa do timão de navio no escudo: por causa desses juízes corrompidos que mancham as glórias dos clubes. Por mim, a foto do Márcio Rezende de Freitas já devia aparecer no hall dos campeões do Corinthians, em função do título de 2005. E, se ganharem de novo esse ano, não esqueçam de mandar a medalha pro Ricci.

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“Crônica F.C.” – Vida longa ao Rei!

“Marcar mil gols, como Pelé, não é tão difícil. Marcar um gol como Pelé é”
(Carlos Drummond de Andrade)

Onze anos e quatro meses antes de eu nascer, um cidadão chamado Edson Arantes do Nascimento gritou “Love! Love! Love!” para todo o Giants Stadium, a América e o mundo inteiro ouvirem. Era a última mensagem que o maior jogador de futebol da história passava dentro de campo, mas, fora dele, continuará sendo o maior por muitos e muitos anos.

O fato de não ter visto Pelé jogar não me torna, de maneira NENHUMA, incapaz de colocá-lo acima de todos os outros. Documentários, livros e reportagens estão aí para serem vistos – e todos eles são ainda mais expressivos do que as estatísticas. Existem mais de mil e duzentas bolas na rede que comprovam a genialidade do Rei, mas nem elas conseguem dizer mais do que o número “10” imortalizado às suas costas.

Nada mais justo do que conferir o posto de melhor de todos os tempos a um jogador que, dentro das quatro linhas, sabia e podia tudo. Incontáveis obras de arte produzidas com o pé direito, com o esquerdo, com a cabeça, de falta, pênalti, bicicleta... e até sem tocar na bola! Foi o destaque de uma seleção de gigantes, e sua grandeza foi aplaudida até pelas torcidas adversárias, como continua sendo até hoje. O Cruyff reconheceu que pode ter sido melhor que o Di Stéfano, mas, acima do Pelé, ninguém jamais ficará. E o Maradona? Esse pode bater no peito e se orgulhar de ter sido melhor que o Zico, o que, convenhamos, é um feito e tanto. Melhor que o Pelé? Sem chance.

Em 23 de outubro de 2010, Sua Majestade completou 70 anos. E, se hoje prestamos tanta vassalagem a ele, é porque nós é que ganhamos o presente. Aliás, mais de mil e duzentos presentes.

Vida longa ao REI!!!

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“Aberrações futebolísticas” – Grandes furadas de olho do Cruzeiro

Eu tinha prometido pra mim mesmo que ia evitar escrever sobre meu time. Mas lembrei de umas transações bizarras e não aguentei. E, diga-se de passagem, tava difícil escolher só uma entre tantas opções...

Clubes como São Paulo e Internacional costumam vender bem seus atletas, mas, em termos de furadas de olho, nenhum dos dois é páreo para o Cruzeiro. Muito disso, inegavelmente, graças ao talento dos Perrellas em negociações. Isto é, talvez eles não sejam tão hábeis na hora de contratar jogadores (Montillos à parte), mas, na hora de vender... errr.

Colocar o Marcelo Moreno no Shaktar Donetsk por 9 milhões de euros é algo digno de nota. Não chega a ser uma aberração, uma vez que o mercado ucraniano não é lá essas coisas. Mas, só para se ter uma ideia, no mesmo ano – 2008 – o Palmeiras vendeu o Valdívia, muito melhor tecnicamente, por 8 milhões.

O mesmo vale pro Wagner, o antigo camisa 10. Duas bolas de prata da revista Placar, convocações pra seleção... podia ter saído por mais do que 6 milhões de euros, e para um clube maior do que o Lokomotiv Moscou. Mas, a julgar pela bolinha que o meia-atacante vinha jogando, fora os sumiços em momentos decisivos, saiu por um bom valor.
Nota do blogueiro: Ok, talvez eu diga isso influenciado por algum rancor, pelo fato de o Wagner ter cometido o pecado imperdoável de pedir substituição numa final de Libertadores. A menos que você tenha uma fratura exposta, isso NÃO se faz! SOBRETUDO quando seu reserva é o Athirson!

Agora, tem umas vendas que fazem a gente gargalhar. Verdadeiras furadas de olho, com clubes torrando rios de dinheiro em jogadores que, pensando bem, não valem metade do valor pago.

Por exemplo, o Fábio Júnior, grande destaque do América-MG na segundona de 2010. Deu muitas alegrias à torcida celeste em 1998, quando foi artilheiro do time no brasileirão e ainda ganhou a bola de prata. Deu mais alegria ainda quando jogou no Atlético (matou a gente de rir), mas, quando saiu do Cruzeiro, foi vendido para a Roma por inacreditáveis 15 milhões de dólares. Só que, um ano e meio mais tarde, os italianos se deram conta que o Fábio Júnior não era aquilo tudo. Foi emprestado (de graça e com a Roma pagando uma parte do seu salário) para Cruzeiro, Palmeiras e Atlético Mineiro, jogando mal em todos. Pra quem tinha a moral de ser chamado de novo Ronaldo...

E o Geovanni? Marcou o gol de falta que valeu a Copa do Brasil em 2000, jogou as Olimpíadas nesse mesmo ano ao lado de Alex e Ronaldinho Gaúcho... as credenciais o fizeram parar no Barcelona. Isto é, no banco do Barcelona, mesmo porque o titular
era o Saviola. Depois, trocou o banco pelo departamento médico, e, finalmente, o Barcelona pelo Benfica. Moral da história: o Geovanni nunca mais jogou a mesma bola e o Cruzeiro lucrou 18 milhões de dólares – a segunda maior transação da história do futebol brasileiro.

E eu não vou nem falar que a ida do Gerson Magrão para o Dínamo de Kiev deu mais lucro do que a venda do Sorín para o Villarreal porque isso irrita. Ok, acabei falando... mas só queria saber o seguinte: como um clube tem coragem de pagar 2,2 milhões de euros em um jogador que consegue ser ruim em TODOS os fundamentos!? E o Sorín, o deus da raça cruzeirense em todos os tempos, saiu por 1,9 milhão de dólares...

E ainda tem muitos outros exemplos, como Alex Alves, Evanílson... enfim, os Perrellas estão no poder desde 1995, e vêm se alternando desde então. Como tudo indica que vão continuar lá por bastante tempo, tudo indica que ainda tem muita aberração vindo por aí.
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“Aberrações futebolísticas” – Nottingham Forest


Talvez a denominação correta para o post de hoje seja "Interrogação futebolística".

Digo interrogação porque é difícil classificar um time do tamanho do Nottingham Forest.

Se um clube for considerado grande pelos seus títulos, há de se ressaltar que o Forest foi bicampeão da Champions League entre 1979 e 1980 (troféu que Arsenal e Chelsea, por exemplo, não têm até hoje), duas Copas da Inglaterra, quatro Copas da Liga Inglesa e mais um Campeonato Inglês, só pra citar as maiores glórias. Nada mau...

Agora, o que torna um clube pequeno? Rebaixamentos sucessivos? Falência? Pois os Reds não só faliram de fato em 1914, como também passaram a maior parte dos últimos 122 anos (quando o Campeonato Inglês começou a ser disputado) na segunda divisão. Não obstante, são os únicos campeões europeus a já terem sido rebaixados à terceirona. Nada bom...

(a título de curiosidade, Reds é um apelido clichê de times ingleses, não? Pois o Forest foi o primeiro de todos eles a usar vermelho, sendo, portanto, os Reds originais)

Quanto à torcida, não é tão numerosa como a de um Newcastle ou um West Ham, mas tão apaixonada quanto – algo parecido com a do Bahia e do Santa Cruz, que, mesmo em divisões inferiores, batem recordes de público no Brasil. Na última edição da segundona inglesa, a força da torcida foi o combustível que carregou o Nottingham Forest à fase final dos playoffs, quando o time perdeu para o Blackpool – e, por pouco, não retornou à elite.

Moral da história: qual o tamanho do Forest, afinal? Creio que, ao invés de classificar como grande, pequeno ou médio, dá mais certo chamar de aberração mesmo.

Um dos velhos chavões esportivos diz que futebol é momento. Mas pouquíssimos clubes no mundo variam tanto entre os extremos como o Nottingham Forest.
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