quarta-feira, 7 de setembro de 2011

“Crônica F.C.” – Rogério 1000

Se não me engano, foi Drummond quem falou que o deus do futebol é um sujeito irônico e farsante. No caso, Drummond se referia à mágica de Mané Garrincha, mas existem outras provas da interferência desse deus mesmo fora dos gramados.

No dia 7 de setembro de 1990, o São Paulo Futebol Clube contratou um jovem de 17 anos, vindo do Mato Grosso, para ser o quarto goleiro da equipe – tendo, à sua frente, Zetti e Gilmar Rinaldi. Mas o deus do futebol resolveu sorrir para o garoto.

Primeiro porque lhe deu paciência para aguardar sua chance, e, sete anos mais tarde, ele ganharia a posição de titular e, de brinde, recebeu sua primeira convocação para a seleção brasileira.

Segundo porque, se seus tiros de meta mal atingiam ao meio-de-campo quando chegou ao Morumbi, aprimorou seu chute a ponto de se tornar o cobrador oficial de faltas e pênaltis do time. Evoluiu tanto que se tornou o maior goleiro-artilheiro da história do futebol, com 103 gols marcados – mais do que muito jogador de linha por aí...

E terceiro porque, unindo suas habilidades com as mãos e com os pés, conquistou soberbos 23 títulos pelo São Paulo, a maior parte deles como capitão da equipe.

E o deus do futebol, como se quisesse dar outra prova de seus poderes, fez com que a milésima partida de Rogério Ceni com a camisa tricolor caísse exatamente no 21º aniversário de sua contratação.

Portanto, aos que forem acompanhar o duelo desta tarde entre São Paulo e Atlético, um aviso: guardem este jogo na memória. Podemos até ver outros goleiros marcando gols por aí, jogadores multicampeões, atletas que se tornam sinônimos de suas agremiações... mas tudo junto no mesmo pacote, e atuando em mil jogos pelo mesmo clube, dificilmente haverá outro.

Pelo menos até o deus do futebol resolver fazer outra de suas gracinhas.

“Rogério Ceni. No gol, na linha e na história do futebol mundial”.

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