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Não é pra qualquer um - Não é coincidência. Splitter tem sorte

Quem gosta de basquete no Brasil, sofre. Seja pela dificuldade de se praticar, pelo ainda minúsculo espaço que o esporte tem na mídia, seja pela carência de bons jogadores nascidos por aqui. Não é como futebol, onde estamos acostumados com levas de jogadores talentosos sendo formadas todos os anos e chamando a atenção de todo o mundo. O nosso basquete ainda não é assim.

Por todas essas razões, é completamente compreensível que nós brasileiros fiquemos frustrados com a opção do treinador Gregg Popovich, do San Antonio Spurs, em não dar muito tempo de quadra ao nosso compatriota, o pivô Tiago Splitter. Para muitos, até o ano passado, ele era o melhor jogador do planeta fora da NBA. Já jogando no basquete europeu antes mesmo de completar a maioridade, Splitter tem uma extensa lista de premiações e conquistas no basquete do Velho Continente. Incontestável. O Spurs que o diga.

Na Draft da NBA de 2007, a franquia do Texas selecionou Splitter, na 28ª escolha. Contudo, o atleta optou por continuar no basquete espanhol, por uma situação financeira mais atraente. Nada mais justo. Os direitos do atleta na NBA continuariam vinculados ao Spurs.

No meio de 2010, ao fim da temporada européia, Splitter decidiu atravessar o Atlântico e dar início à sua caminhada na NBA. Logo após ser escolhido o MVP da temporada regular espanhola e também MVP das finais do torneio, do qual sua equipe, o Caja Laboral, foi campeã. Era hora de aceitar o desafio do melhor basquete do mundo. Mas ninguém falou que seria fácil.

Na atual temporada, tempo de quadra se tornou algo raríssimo para o catarinense, o que é, no mínimo, estranho, pois nas vezes em que teve chance de jogar, ele não decepcionou, como quando jogou 26 minutos contra o Cavaliers e anotou 18 pontos, pegou cinco rebotes e deu dois tocos. No jogo seguinte, contra Orlando, ele ficou menos de um minuto em quadra. Em 11 dos 39 jogos do time na temporada, Splitter sequer deixou o banco de reservas. Não apenas nós brasileiros, mas a própria torcida do time nos EUA contesta o trabalho que Popovich faz com Splitter. O treinador quer cautela. É seu jeito de trabalhar.

Mas por que raios fazer isso?!

Apesar de não entendermos imediatamente a “política Popovich”, é inegável que ela teve resultados. Em 2001, o técnico optou por investir na contratação de Bruce Bowen, um atleta que começou a carreira com 25 anos e não havia se firmado em time algum da NBA. Sob o comando de Popovich, ele foi escolhido em oito temporadas para o time dos melhores defensores da NBA, sendo considerado por muitos um dos melhores defensores que a NBA já viu.

Dois outros casos são emblemáticos. Na 57ª escolha do Draft de 1999, o Spurs selecionou o argentino Manu Ginóbili. Como Splitter, o hermano passou mais alguns anos na Europa para depois jogar na NBA. Os primeiros meses de Ginóbili na NBA foram, assim como os de Splitter, de poucos e irregulares minutos de quadra. Com o decorrer daquela temporada, Ginóbili foi ganhando confiança e pôde ver seus minutos aumentando. Nas temporadas seguintes, ele conseguiu se tornar um dos melhores jogadores da liga e também do mundo, carregando a Argentina ao ouro olímpico em 2004.

Bowen, Duncan, Parker e Ginóbili, que levaram o Spurs a três títulos nesta última década.

O outro caso, apesar de diferente do de Splitter, é também uma demonstração da competência das escolhas de Popovich. É o armador francês Tony Parker, um “achado” no Draft de 2001, selecionado na 28ª escolha. Por uma escassez de armadores de qualidade na equipe daquela temporada, Parker, mesmo aos 19 anos, conseguiu ser titular em quase todos os jogos da temporada. Assim como os dois anteriores, Parker também se tornou uma estrela muito maior do que a sua posição de escolha no Draft (ou até mesmo a falta de um Draft, no caso de Bowen) poderia prever.

Escolhidos mais recentemente, DeJuan Blair e George Hill, 37ª e 26ª escolhas em seus Drafts respectivamente, vêm mostrando que têm tudo para engrossar a lista de “achados” de Gregg Popovich.

Durante esta temporada, provavelmente não entenderemos as escolhas de Popovich a respeito de Splitter. Afinal, só estando dentro do grupo do Spurs, viajando por todo o país, treinando todos os dias e jogando várias vezes por semana para se ter a certeza dos motivos do treinador. Porém, podemos ter a certeza de que nosso pivô está nas mãos daquele que demonstrou uma capacidade altamente incomum de enxergar o talento em um jogador de basquete e de viabilizar o sucesso desse jogador. Com Splitter não foi diferente e esperamos que o futuro dele na NBA também não seja.
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Não é pra qualquer um - Veja se concorda


Chegamos à metade do primeiro turno do Novo Basquete Brasil 2010/2011, sua terceira edição. Dedico esta postagem para fazer considerações sobre as oito principais equipes do certame até o momento e suas perspectivas para o restante do turno.

No meio “basqueteiro”, esse tipo de análise é comumente feita através de algo chamado Power Rankings, ou seja, o ranking das melhores equipes, não levando em conta exclusivamente a colocação no campeonato. O meu Power ranking da primeira metade do turno ficaria desta forma:



1º - Pinheiros
Vitórias: cinco em seis partidas (83,33% de aproveitamento)
Colocação: terceira

As equipes paulistas ficaram devendo nas duas primeiras temporadas do NBB. Nunca chegaram à final. Pinheiros vem mostrando muita vontade - e talento – para quebrar essa escrita. Marquinhos e Bruno Fiorotto, repatriados da Europa, e Figueroa, armador argentino oriundo de sua liga local, completam um que pode ser considerado um dos melhores quintetos titulares do país, que já contava com o ótimo Olivinha. As duas últimas rodadas foram provas de fogo para o clube paulistano, que venceu os badalados Joinville e Flamengo, ambos fora de casa. Os quatro próximos jogos são compromissos tão difíceis quanto os anteriores. Primeiro, visita Belo Horizonte para enfrentar o Minas (8º). Em seguida, recebe Brasília (2º), Uberlândia (4º) e Paulistano (7º) na capital paulista. Vitórias nesses jogos mostrarão se o favoritismo é merecido ou se o time é um mero cavalo paraguaio.


2º - Franca
Vitórias: três em três partidas (100% de aproveitamento)
Colocação: primeira

Tudo bem que os francanos disputaram apenas três dos oito jogos, devido à disputa do estadual, mas as vitórias obtidas foram estrondosas. Logo de cara duas vitórias fora de casa contra Brasília, o atual campeão, e contra Uberlândia, então invicto. Obviamente é complicado falar sobre um time que jogou menos que a metade dos jogos até o momento, mas são vitórias que chamam a atenção. A contratação de Drudi, do Minas no ano passado, beira o espetáculo. O onze vezes campeão nacional fez bonito nos confrontos diretos que teve até o momento e é outro fortíssimo candidato a quebrar a maldição paulista no NBB.


3º - Brasília
Vitórias: seis em sete partidas (85,71% de aproveitamento)
Colocação: segunda

Atual campeão nacional e atual campeão da América. Seis vitórias em sete jogos. Por que o terceiro posto? Nada mais que uma tabela fácil. As seis vitórias obtidas foram contra equipes que ocupam as seis últimas colocações na tabela. O único confronto direto foi contra Franca, onde saiu derrotado. É difícil ter certeza, mas penso que, nos confrontos diretos, o campeão vai sentir as perdas de Valtinho, Estevam, Brasília e, principalmente, de Lula Ferreira. Mas, por hora, é este o lugar que o time merece.


4º - Uberlândia
Vitórias: cinco em seis partidas (83,33% de aproveitamento)
Colocação: quarta

A campanha do Uberlândia se iguala à do Brasília. Foram cinco vitórias contra equipes que estão mal das pernas e uma derrota no confronto direto contra Franca. A equipe, contudo, levou menos tempo que eu imaginava para se encaixar no NBB, depois de três anos longe do campeonato nacional. O time está bem, com os retornos dos ídolos locais Valtinho e Estevam, mas, por enquanto, ainda não a vejo como forte candidato ao título nacional, apesar do título estadual. O treinador Ratto, em seu primeiro ano na função, ainda demonstra inexperiência e penso que esse time precisará ser trabalhado para voltar a ser o grande campeão que foi nos meados desta década.


5º - Flamengo
Vitórias: quatro em cinco partidas (80% de aproveitamento)
Colocação: quinta

Um gigante estagnado. Penso que esta é a definição do Fla. A equipe não apresentou reforços capazes de mudar o time. O garrafão se fortaleceu com Rafael Araújo e Átila dos Santos, mas... nada que empolgue. É um time ainda centralizado nas loucuras de Marcelinho Machado, aquele que arremessa até a mãe. Tudo bem, ele acerta bastantes, mas em um dia que sua mão não estiver calibrada, pobre Flamengo. As vitórias do time foram, também, em cima de fracos adversários e no único confronto direto, contra Pinheiros, uma derrota em casa. Alerta ligado para que a “zica” da parte futebolística do clube não se espalhe para a quadra, “tá xerto”?


6º - Minas
Vitórias: quatro em seis partidas (66,67% de aproveitamento)
Colocação: oitava

Sim, eu acredito no Minas! Por que? Porque acredito que os reforços do clube foram os melhores. Falta apenas entrosamento, coisa que times que não têm um campeonato estadual forte como o de São Paulo demoram mais a obter. Mas vejo essa equipe como muito boa e acredito que terminará entre ou muito próxima dos quatro primeiros. Sucatzky/Raulzinho, Arnaldinho, Robinson, Winkelman e Michel Nascimento, quando se entrosarem, é melhor as outras equipes abrirem o olho.


7º - Joinville
Vitórias: cinco em sete partidas (71,43% de aproveitamento)
Colocação: sexta

É com muito pesar que coloco os catarinenses nessa posição. Esperava mais deles. E é claro que sei que esta posição é apenas temporária. Penso, por exemplo, que o time é tão bom quanto o Flamengo, mas ainda (ainda!) não convenceu! Derrotas bobas em casa como a de Bauru e a de Pinheiros, quando vencia na maior parte do jogo, me fazem pensar que algo ainda não se encaixou nesse time. Uma das torcidas mais lindas do basquete brasileiro merece estar mais acima na tabela, mas o senhor Alberto Bial precisa consertar algumas coisas.


8º - Paulistano
Vitórias: quatro em seis partidas (66,67% de aproveitamento)
Colocação: sétima

Um desempenho surpreendente, em minha opinião. Muito devido à fraqueza dos adversários até então. Uma vitória chave manteve o time entre os oito que se classificam às quartas-de-final, que foi a vitória deste domingo sobre o Minas, aqui em BH. Mas ainda vejo o elenco como digno de cumprir tabela, excetuando-se os alas Luiz Felipe (ex-Minas) e Betinho, a revelação. No domingo, Luiz Felipe, para mostrar ao Minas o que ele perdeu, anotou 35 pontos e deu dez assistências. É de dias inspirados como este que depende o Paulistano.
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Parabéns, Eterno Galinho de Ouro!

Há exatos cinqüenta anos, após seis assaltos, o maior pugilista da história do Brasil, Éder Jofre, nocauteava, em Los Angeles, o mexicano Eloy Sanchez e trazia para o Brasil o cinturão de campeão mundial do peso galo – até 53,5 kg – da AMB!

Hoje com 74 anos, o paulista lutou profissionalmente até o ano de 1976, mantendo um cartel de 78 lutas, com 72 vitórias (50 por nocaute), 4 empates e apenas 2 derrotas. Além do título de 1960, ele também foi campeão mundial unificado dos galos, em 1962, e campeão mundial dos penas, pela CMB, em 1973.

Não vou delongar minha postagem, pois confesso que pouco sei da carreira do nosso Galinho de Ouro. Mas não poderia deixar esta data passar, pois o maior orgulho do nosso boxe merece o reconhecimento, por gerações e gerações.

Confira no blog do amigo Gabriel Leão alguns detalhes sobre a carreira de Jofre, clicando aqui.

Obrigado, Campeão!

Jornal "A Gazeta Esportiva" de 18/11/1960
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Ensinamentos de como ser odiado por toda uma cidade

Já ouviu falar da cidade de Cleveland? De nome, creio que a maioria já. É uma das principais cidades do estado de Ohio, no meio-oeste dos EUA. Talvez o que a maioria dos que não conhece a cultura estadunidense não saiba é da fama da cidade.

Ela é conhecida por ser uma cidade sem grandes atrativos, “sem sal”. Por que visitar Cleveland? Não há nada lá. É o que se diz comumente. Porém, entre 2003 e 2010, uma estrela colocou Cleveland no mapa.

O esporte da cidade é um dos grandes motivos de sua ridicularização. Dos grandes esportes dos EUA, basquete, futebol americano e beisebol, os representantes do município têm uma história no mínimo vergonhosa. O Cleveland Browns, do futebol de capacetes, foi o último a ter um título nacional. Mas há exatos 46 anos. No esporte do bastão, o Cleveland Indians tem dois títulos, mas o último há 62 anos. O Cleveland Cavaliers, do esporte da cesta, nunca venceu um. E até 2007, nunca sequer havia chegado na final da NBA.

Em 2003, porém, o história do Cavaliers mudaria por completo. Um menino de 18 anos, ali do Ohio mesmo, chegou ao time. Mas não se engane com a idade. Ela não impediu-o de receber o apelido de “Rei”. Rei James.

LeBron James, contrariando o que quase todos os jogadores da NBA fazem, não passou pela faculdade antes de jogar entre os profissionais. Se formou no ensino médio e já foi para o meio dos marmanjos. Um fenômeno. Camisa 23, se tornou o maior candidato a sucessor de Michael Jordan. Na temporada que antecedeu a chegada de James, o Cavs havia vencido apenas 17 das 82 partidas na temporada. Com sua chegada, venceram 35. Nas seis temporadas seguintes, nunca venceram menos que 42, incluindo uma em que venceram 66, a melhor temporada da história da franquia. É o fator LeBron.

Em 2007, jogando praticamente sozinho, carregou a franquia para sua primeira final nos quase 40 anos de existência. Na semifinal, contra o Detroit Pistons, uma apresentação memorável, quando fez 48 pontos jogando no ginásio adversário, partida com duas prorrogações (foto). Os últimos 25 dos 109 pontos de Cleveland foram feitos por ele. Inacreditável. Mas, vencer, seria demais. Na melhor de sete jogos da final, levou um 4 a 0 para o San Antonio Spurs.

Essa derrota trouxe à tona a discussão: ele irá mesmo igualar ou superar Jordan? Pois este, na década de 90, levou o Chicago Bulls a seis títulos, sendo MVP (melhor jogador da temporada) nas seis temporadas. Ninguém nega o talento de James, mas, sem títulos, ele corre o risco de ser posto de lado na história. As semelhanças eram enormes. Antes da chegada de Jordan, o Bulls não significava muito. Depois, virou o time da moda. Mas Jordan venceu.

A pressão em LeBron aumentou. Ele precisava de triunfos. Os três anos após a final de 2007 foram frenéticos para o ainda jovem ala. O Cavs se reforçou em busca do anel (a NBA premia atletas campeões com um cobiçado anel). James continuou voando. Enchendo os olhos de todos, atraindo cada vez mais a publicidade para Cleveland. Venceu dois MVP. Em 2009, Cleveland, reforçado, fez a melhor campanha na temporada regular, vencendo 66 jogos. Todos tinham a certeza que, desta vez, venceriam. Caíram na semi-final para o Orlando Magic.

A temporada 2009-2010 era a última do contrato que LeBron e Cleveland assinaram em 2007 (curiosidade: contrato de três anos, no valor de quase US$ 50 milhões!). A idéia de que ele, nascido e criado no Ohio e idolatrado em Cleveland, pudesse deixar o Cavs existia, mas poucos acreditavam que ele sairia de lá. Ainda mais se fosse campeão. Mas um novo fracasso, desta vez, sem nem chegar à semi-final.

E agora?

Em junho deste ano, quando terminou a temporada, começou a temporada de caça a LeBron. Cifras exorbitantes foram oferecidas ao astro, por várias franquias. O Cavs entre elas. O medo da população local de ver seu cidadão mais notável deixá-la começou a crescer. Porém LeBron silenciou e deixou para anunciar seu destino em data marcada: 8 de julho. Dá pra se ter uma idéia do número de especulações, não dá?

Na data marcada, a ESPN americana organizou um programa especial apenas para ouvir da boca de LeBron a resposta para a pergunta, “em que time você jogará daqui pra frente?”. O pograma foi chamado “A Decisão”, transmitido para todo o planeta ao vivo. Eu vi cada segundo na ESPN daqui. Após responder várias perguntas inúteis de um jornalista, LeBron anunciou.

“Neste outono, eu levarei meus talentos para a Praia do Sul (Flórida) e me juntarei ao Miami Heat”

O Heat já contava com o melhor jogador da NBA (na minha opinião), Dwyane Wade, e havia acabado de contratar um dos melhores, Chris Bosh. Com LeBron na soma, formou um dos times mais talentosos da história e tem tudo para vencer vários títulos. Teoricamente, óbvio.

Ele escolheu o caminho mais fácil para vencer. Mostrou sua grande gana em ser campeão. Mas... e Cleveland? Em uma antiga entrevista da qual não sei a data, ele havia dito, “eu tenho uma meta, uma enorme meta, que é trazer um título da NBA aqui para Cleveland e eu não vou parar até conseguir”. Palavras ao vento.

Hoje, quatro meses após assinar com o Heat, Cleveland simplesmente odeia LeBron. Em jogo do Indians (lembre-se, beisebol), um imbecil resolveu aparecer com uma camisa do Heat, já com o nome e número de James. Teve de sair escoltado do estádio.

Veja esta campanha publicitária que LeBron e a Nike, sua patrocinadora, fizeram. Basicamente, a mensagem passada é “eu faço o que quero da minha carreira, não você”. E veja, em seguida, a resposta que a cidade de Cleveland deu ao comercial, com legendas em português.

Quem está certo e quem está errado?

A opinião. É claro que LeBron é quem deveria escolher seu destino, fosse ele Cleveland ou não. Mas por que deixar para a última semana possível? E por que organizar um programa transmitido ao vivo para todo o planeta, apenas para anunciar sua escolha? Sobre a escolha de sair de Cleveland e ir buscar o caminho mais fácil para o título, eu não faria como ele. Tenha em mente que a diferença monetária não foi levada em consideração, uma vez que todos ofereceram fortunas semelhantes a ele. Então, um título vencido pelo Cavs valeria bem mais que dez vencidos com o super time do Heat. Mas tudo bem. Porém, o que merece ser criticado é a forma que ele fez essa opção. Foi humilhante para a torcida do Cavs. Vide o ódio gerado.

LeBron não errou ao sair. Errou na maneira como o fez. E agora, uma grande mancha marcará sua carreira para sempre, vença ele quantos títulos vencer.
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J.E.C. Entrevista - Flávio Davis

Foto: Orlando Bento/MTC
Por Thiéres Rabelo e Gabriel Gama

O "Não é pra qualquer um" desta semana traz uma nova entrevista. Para conferir a da semana passada, clique no marcador "J.E.C Entrevista", no menu ao lado.

Após dez anos à frente da comissão técnica da equipe adulta de basquete do Minas Tênis Clube, o treinador Flávio Davis, de 44 anos, deixou o cargo ao fim da última edição do Novo Basquete Brasil (NBB) e hoje é o coordenador das categorias de base do esporte no clube.

Em entrevista, Davis falou sobre sua história no basquete, de sua experiência treinando a equipe adulta do Minas e de seu futuro no esporte. Além disso, ele também comentou sobre o futuro da equipe na temporada do NBB que se inicia neste mês de outubro e também da seleção brasileira.

P: Como foi a sua trajetória no basquete antes de assumir o profissional do Minas?
R: Eu posso falar que nasci em uma quadra de basquete. Meu pai é professor de educação física, foi meu primeiro técnico de basquete, quando a educação física era valorizada pelas escolas públicas. Em toda a minha trajetória estudei em escola pública e lá tínhamos os treinamentos das equipes. Surgiram vários atletas para os clubes e desde que eu me entendo por gente eu freqüentava esses treinamentos. Meu pai dava os treinamentos de basquete e de outros esportes e ele me deu motivação logo depois de ser um atleta de basquete até seus 18 anos. Com 15 eu já trabalhava com escolinhas de basquete e depois com as categorias competitivas do mini-basquete. Então fui técnico em todas as categorias, do mini-basquete até o juvenil e em seguida no adulto. Nesta categoria, fui assistente técnico durante dez anos, não só aqui no Minas, mas em outros clubes.

P: Nos dez anos à frente da equipe principal, alguma temporada foi especialmente memorável para você?
R: O nosso processo à frente da equipe adulta foi uma conquista do basquete do Minas, junto às competições mais importantes. Primeiro passamos por um processo fora da Liga Nacional. Depois reconquistamos essa vaga, sempre nos classificando para os playoffs em nossas participações. Depois de 2003 começamos a ter uma participação interessante, não só na Liga Nacional, mas também em competições sulamericanas, a Copa América e a Liga Sulamericana de Clubes. Em 2007 nós tivemos uma temporada muito boa, onde além de conseguir o terceiro lugar no nacional, nos sagramos campeões no Campeonato Mineiro, na Liga Sulamericana de Clubes e na Copa Internacional de Amsterdã, sendo o único clube brasileiro a ser campeão deste torneio. Foi uma temporada especial, que não apenas colocou o Minas no cenário brasileiro, como também deu reconhecimento ao clube no cenário internacional. A Liga Sulamericana é disputada pelas melhores equipes da América do Sul, como Boca Júniors, Peñarol e Brasília. Na Europa também fomos bem, enfrentando a seleção israelense na final, uma equipe que disputa o Campeonato Europeu. Foi uma temporada especial.

P: Como você avalia, para a sua carreira, seu aprendizado no tempo em que fez parte da comissão técnica da seleção brasileira no início da década?
R: Em todo momento um professor passa por esse processo de aprendizagem. O professor que fala que sabe tudo, não é professor. Professor é aquele que está em constante capacitação e que está sempre em busca do que há de novo na sua área de atuação. E a seleção brasileira é um aprendizado muito importante. Não só a seleção brasileira, mas qualquer pessoa que busca subir na sua profissão precisa sempre querer aprender mais, procurar sempre melhorar, na sua capacidade, para ser o melhor profissional não só onde ele atua, mas também como pessoa. Eu acho que a seleção brasileira me deu essa possibilidade, pois pude viajar ao exterior, ver novas tendências do basquete. Me deu a oportunidade de ir à Europa, de fazer cursos na NBA (liga profissional dos EUA) todo ano e esse é um aprendizado que eu talvez não tivesse, caso fosse apenas um treinador de clube. A gente tenta passar essa experiência para os outros técnicos, pois essa é a melhor maneira de deixar o nosso basquete ainda mais forte.

P: É fundamental o surgimento de novos talentos no basquete. Mas e os treinadores? Qual seria a melhor alternativa para qualificar os novos professores?
R:
Tem que existir um meio para fazer essa capacitação. Não se cria um treinador de um dia para o outro. Essa condição tem que partir das associações, Confederação Brasileira e, principalmente, da Escola Nacional dos Treinadores. Eles precisam criar cursos que qualifiquem e possam evoluir os futuros comandantes. Isso não só vai ser bom para a carreira de um treinador, como também será fundamental para que o basquete continue crescendo.

P: Você passará a coordenar as categorias de base do Minas. Há algum novo projeto em mente para buscar novos talentos?
R: O Minas já tem o seu projeto e o seu departamento de basquete já é bem estruturado. Tentaremos dar seqüência a esse projeto, organizando melhor as suas categorias, bem como o recrutamento de atletas que também é um ponto a ser abordado nesse projeto. Estamos sempre fazendo esse recrutamento, mas temos que fazê-lo de forma criteriosa, pois temos, também, que trabalhar com os sócios deste clube. Nosso objetivo nesse projeto é formar atletas, mas acima de tudo é formar cidadãos, homens que possam não só ser grandes atletas, mas também, quem sabe, grandes engenheiros, médicos, jornalistas ou até mesmo alguns políticos, participando da vida social, ajudando o Brasil a ter pessoas melhores na sua direção.

P: O Minas formou uma equipe forte no último NBB, com Murilo, Drudi, Luiz Felipe e a grande evolução de Raulzinho, entre outros destaques. A eliminação na semifinal foi mérito exclusivo do Brasília ou você pensa que o Minas poderia ter chegado à final?
R: Eu acredito que a nossa equipe poderia ter passado do Brasília e ter disputado a final. Acho que o jogo chave foi o primeiro aqui em casa (derrota por 106 a 97) onde estávamos à frente e o Facundo Sucatzky se machucou. Não só a falta dele, mas a desestabilização do time nesse jogo foi primordial. Acho que esse time tinha condições por causa de sua energia, os jogadores estavam motivados, comprometidos com o resultado. Foi uma temporada muito especial não apenas por ser a minha última pela equipe adulta, mas pelos atletas com quem eu trabalhei. Tive muito orgulho de trabalhar com esse grupo, que se dedicou ao máximo, não só nos treinamentos, mas em todos os jogos para conseguir chegar entre os melhores do campeonato brasileiro.

P: Com as chegadas de Michel Nascimento e do americano Bernard Robinson, e a possível contratação do também estadunidense Brett Winkelman, o garrafão está igualmente forte, mesmo com as saídas de Murilo e Drudi?
R: O Murilo e o Drudi foram jogadores que formaram uma dupla muito boa no campeonato passado, tiveram um aproveitamento acima do normal. Mas não só pela qualidade que eles têm, mas pela forma que o time jogou e também com os companheiros que fizeram com que eles tivessem esse nível de aproveitamento, principalmente o Facundo e o Luiz Felipe. O Michel é um grande jogador, já foi meu atleta aqui, está retornando ao clube. Confio muito no seu potencial, acho que é um jogador que tem muito a acrescer, e o Bernard Robinson é uma promessa vinda da NBA e acho que pode ser o melhor jogador da liga. A gente espera que o time tenha tempo para se entrosar, é importante que o time se entenda, possa jogar e treinar junto, para que essa dupla de pivôs possa até superar a dupla que foi Murilo e Drudi. Esse é o pensamento: estar sempre renovando a equipe, trazendo jogadores de qualidade, mas sempre pensando no time como um todo. Sobre o Winkelman, faltam ainda alguns detalhes para a contratação.

P: A contratação de Cauê é uma indicação de que Sucatzky será menos utilizado, devido a sua idade avançada? E você pensa que Raulzinho já está pronto para assumir de vez a titularidade?
R: Um jogador que tem 38 anos de idade, em qualquer equipe do mundo, seja na NBA, na Europa ou no Brasil, precisa das qualidades físicas. O Facundo Sucatzky vem tentando superar essa dificuldade, que é normal para um jogador dessa idade, com a sua inteligência, a sua velocidade de raciocínio, com a sua visão de jogo e com sua tomada de decisão em momentos decisivos. Então eu tenho certeza que o Nestor Garcia (novo treinador da equipe) vai utilizar o conjunto de jogadores que tem, principalmente a qualidade física do Raulzinho e a sua juventude (18 anos de idade), junto com a inteligência e a experiência do Sucatzky. Então eu acho que ele vai conseguir dar o momento certo para cada um desses dois armadores, para que eles possam dar o máximo dentro das suas possibilidades e para que o Minas possa ter um resultado positivo em cada jogo. Já o Cauê tem a possibilidade de jogar como armador, mas ele é mais um ala-armador (posição dois). Ele tem uma qualidade física muito grande, tem um potencial defensivo que já foi notado pelo Nestor Garcia e vai ser utilizado na equipe sempre marcando o melhor jogador da equipe adversária. É um jogador de muito futuro e por isso é que foi contratado. Por completar 20 anos neste ano, ele tem grandes possibilidades de vestir a camisa da seleção nos próximos anos, é um jogador de muito talento. Esperamos que ele possa ser utilizado nessa rotação, não só na armação, como também na posição dois, que também conta com o Arnaldinho, que pode mesclar experiência e juventude nessa rotação, mantendo a intensidade e a qualidade do jogo.

P: O que pesou para a escolha do argentino Nestor Garcia, ao invés de um treinador brasileiro?
R: Foi uma decisão da diretoria. Havia outros nomes disponíveis, brasileiros e estrangeiros, mas cabe aos diretores do Minas explicarem os motivos da escolha. O que posso dizer sobre o Nestor Garcia é que é um técnico muito experiente, com passagens por várias equipes e seleções nacionais e é um técnico gabaritado para comandar o nosso Minas Tênis Clube. Acho que foi um nome muito bem escolhido.

P: Além da opção do Minas por Nestor Garcia, a própria seleção também tem feito essa opção por treinadores estrangeiros, como Moncho Monsalve e Rubén Magnano. Qual será o efeito dessas escolhas para o basquete brasileiro?
R: O momento político que a CBB (Confederação Brasileira de Basketball) passou, com a troca de comando e na forma com que seus gestores atuavam, foi muito radical. Eu acredito nos treinadores brasileiros, a capacidade deles é igual à de qualquer técnico estrangeiro. Os técnicos brasileiros estão se capacitando cada vez mais, procurando ir ao exterior, fazendo cursos, estudando, ficando atentos às mudanças técnicas e táticas do basquete atual e eu acredito no potencial e na qualidade dos técnicos brasileiros de estarem servindo a seleção brasileira. Mas é uma questão política que influenciou a escolha de técnicos estrangeiros nesses dois momentos. Tanto Moncho quanto Magnano, que é um campeão olímpico, são treinadores de altíssimo nível, de qualidade incontestável. Mas eu acredito que um técnico brasileiro teria a capacidade de conquistar as mesmas colocações, se todo o apoio e estrutura fossem dados a esse técnico.

P: Você citaria algum nome em especial, podendo incluir o seu próprio?
R: Eu não incluiria meu nome. Eu acho que todos os técnicos que estão em atividade no NBB têm condições de estar servindo a seleção brasileira. São técnicos de alto nível, que procuram estar se capacitando, colocam sempre seus times nas finais de campeonato e são técnicos que têm um algo a mais: têm a paixão pelo esporte e pelo país. Essas qualidades são um ponto a mais para os treinadores brasileiros, em relação aos estrangeiros. Eu não colocaria nomes, mas eu diria que todos aqueles que já treinaram a seleção e todos aqueles que treinam equipes de ponta do basquete nacional têm, pela sua capacidade, a condição de estarem servindo a seleção brasileira.

P: Quais as suas expectativas para a seleção no Pré-Olímpico de La Plata, no ano que vem?
R: É a melhor possível. Eu estive com o Rubén Magnano agora e ele não está com planos de quando começar a preparação, mas creio que os treinamentos devem começar por volta de julho. Acho que os atletas têm que estar comprometidos acima de tudo, pois técnico não faz nada sozinho. Ele pode criar um planejamento e ter a estrutura que tiver, mas sem um planejamento, mas sem um comprometimento dos atletas, com todos eles imbuídos no fato de que representar o Brasil é algo que não só o orgulho é necessário, mas também o amor de vestir a camisa brasileira e representar o Brasil em uma Olimpíada, o que é um sonho de todo jogador e treinador. Então, nesse aspecto, acredito que o Brasil tem condições de conseguir uma das duas vagas e ir para a Olimpíada (pela primeira vez desde 1996). Acho que o Brasil ficou muito tempo fora pelas circunstâncias do basquete mundial e não pela sua capacidade. Porque em várias Olimpíadas ficaram grandes seleções de fora, assim como a brasileira. Se tem muita cobrança pela falta do Brasil nas Olimpíadas, mas não se pode comparar o basquete com o voleibol. O mundo joga basquete. O voleibol se joga em alguns países. Então a forma de se classificar para as Olimpíadas é totalmente diferente. Nós conhecemos as dificuldades para se classificar, principalmente em um pré-olímpico onde você tem seleções como EUA e Argentina, que hoje estão entre as quatro melhores seleções do basquete mundial, o que torna cada vez mais difícil você se classificar para as Olimpíadas. Eu tenho certeza que o Brasil tem condições para isso, pois os EUA já estão classificados (por serem atuais campeões do Mundial da FIBA) e o Brasil disputará com Argentina, Porto Rico e Canadá uma dessas duas vagas.

P: Mesmo com a grande experiência, você ainda é jovem. Você diria que a escolha que fez por deixar o comando técnico do Minas é apenas um intervalo ou você não tem planos de voltar ao cargo?
R: Em julho passado, eu falei, durante a palestra da Escola Nacional de Treinadores, que estava muito desiludido com a carreira de técnico, devido à sua crescente desvalorização no cenário nacional. Dirigentes de confederações e os próprios clubes não enxergam a real importância que nós temos para com o basquete. Hoje o técnico pode fazer um grande trabalho, ser campeão, mas pode ser demitido, sem razão alguma. A falta de ética é muito comum, tanto no basquete, como em outros esportes. Eu aprecio muito a área de formação de jogadores, jovens talentos, que tem a motivação de serem atletas profissionais ou cidadãos exemplares, por isso, estou satisfeito com as categorias de base e só voltaria ao profissional, se todas aquelas questões, ditas anteriormente, mudarem. É verdade que os atletas precisam ser valorizados, mas os técnicos também. E isso não acontece. A melhor solução é a união dos treinadores, através de associações com ideais semelhantes e a mesma ética de trabalho. Para que debatem frente a frente com as Confederações.
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J.E.C. Entrevista - Gabriel Leão

A coluna “Não é pra qualquer um” desta semana traz a primeira entrevista da história do J.E.C. e inaugura o marcador “J.E.C. Entrevista”.

É com enorme prazer que trago um dos jovens jornalistas mais talentosos que pude conhecer até o momento. Dono dos blogs “Córner do Leão” e “Política Midiática”, Gabriel Leão, de 26 anos, se formou no ano de 2009, pela universidade Mackenzie. Atualmente, ele trabalha como freelancer e faz mestrado em Comunicação na Cásper Líbero.

Conheci seu trabalho através do blog do “Córner”, pois sou um apreciador do boxe. São textos fantásticos, com o boxe em foco, o que, infelizmente, ainda é raro no Brasil.

Cabe a nós futuros jornalistas, acabar com a centralização que a mídia brasileira faz no futebol e é este um dos grandes motivos que procurei o Gabriel para esta entrevista. Espero que gostem.

J.E.C. - Como e quando o boxe entrou em sua vida?
Gabriel - Entrou muito cedo, lembro de assistir as rodadas de boxe na TV Globo com meu avô no programa “Boxe Internacional”. Gostava das lutas de Mike Tyson, Evander Holyfield e Julio César Chávez. Era fim de anos 80 e início da década de 1990. Eu tinha por volta de 5 ou 6 anos.

Meu avô falava muito de Joe Louis, Muhammad Ali e Éder Jofre, os pugilistas favoritos dele. E tinha também os filmes do Rocky Balboa que eu assistia muito e torcia pelo Apollo. A morte dele foi muito marcante na minha memória cinéfila. Eu torcia pelo Apollo como se fosse uma pessoa real, ele é aquela mistura de James Brown com Capitão América, escutava os discos do primeiro quando pequeno e lia os gibis do outro, então, sempre gostei mais dele do que do próprio Rocky.

J.E.C. - Quando se fala de uma experiência marcante com o boxe em sua vida, o que lhe vem à memória?
Gabriel - Saber que consegui ajudar alguns pugilistas fora do meu blog. Alguns conseguiram visibilidade e até mesmo trabalho como instrutor de boxe. É gratificante quando alguém me elogia pessoalmente pelo trabalho e também quando apontam aspectos negativos nele. O jornalista nunca é a estrela que na verdade é a história, a matéria, o personagem retratado...

J.E.C. - Dos que você pôde ver/tem visto em atividade, qual o pugilista que mais lhe agrada ver em ação? E dentre os históricos, os quais você não pôde ver em atividade?
Gabriel - No nível nacional gosto de ver Pedro Otas e Jackson Jr. Ambos tem um estilo pegador e batem pesado, sendo que até pouco era possível assisti-los nas rodadas do Baby Barioni em São Paulo, sem custo – agora vão atrás de chances mais rentáveis, afinal merecem –.

No internacional eu gosto do Pacquiao. Sinto falta de pugilistas com boa esquiva e sistema defensivo. Não vemos mais pêndulos e esquivas, salvo exceções. Os boxeadores parecem sacos de pancada humanos.

Dos históricos são quatro, Evander Holyfield, Mike Tyson, Muhammad Ali e Éder Jofre. Tyson pela impetuosidade, Muhammad pela inteligência, resistência e bailado, Holyfield pela perseverança e Éder por saber dosar força com técnica e força de vontade.

J.E.C. - O charme do boxe no século passado (especialmente em seu início) se perdeu?
Gabriel - Sim, principalmente em nosso país. O boxe foi relegado a um palco muito menor do que teve nos tempos áureos dos Zumbano-Jofres. No mesmo dia que tinha apresentação de Grande Otelo no Cassino da Urca também tinha uma luta de algum grande talento dos ringues. Hoje nas reuniões de boxe vemos sempre os mesmos rostos e a maioria são de atletas. Perdeu também o apelo de entretenimento.

Fora do país tem se mantido como uma força, apesar dos Klitschkos e David Haye terem algum carisma não se comparam com Tyson nesse quesito ou até mesmo a Lennox Lewis e Evander Holyfield e essa categoria que puxa o esporte. Os pesados são o carro abre-alas.

J.E.C. - A larga utilização do boxe em simulacros (extensa lista de filmes, por exemplo) chega a ser algo prejudicial?
Gabriel - É produtivo, mas só o filme não basta. Quando saiu Menina de Ouro, houve aumento de procura de pugilismo por mulheres nas Academias, mas quando fruto se vê disso hoje além de terem cuidado do corpo?

As pugilistas que fizeram carreira já estavam ali antes do filme e apareceram na TV, em muitos casos como atrações excêntricas nas quais se fala mais de sua aparência do que potencial, tanto que aquelas que são, no português claro, feias pouco apareciam.

Mas no processo geral é produtivo o uso do cinema, porque serve para mostrar aspectos bons do esporte e valores que são transmitidos por técnicos e atletas. Apesar que deve ser lembrado que o que se encontra na tela de cinema é um retrato e não a realidade visto por um ângulo assim como o livro, o telejornal e outros produtos de mídia.

J.E.C. - O fim da carreira de Muhammad Ali foi um marco de transição do boxe mundial? Se sim, foi para melhor ou para pior, em sua opinião?
Gabriel - Foi o fim de uma era. Vimos a diferença entre um deus e um herói. O boxe tem muitos elementos de mitologia, e Muhammad Ali se tornou um mito tanto que é um personagem da História e não apenas um atleta, foi indicado ao Nobel da Paz em 2007 e tem seu trabalho pelos direitos humanos reconhecidos por líderes mundiais de diversas correntes ideológicas.

No mito de Muhammad Ali, o fim da carreira foi a morte do herói, que conforme o mitólogo Joseph Campbell, o herói morre para renascer em outro momento. E Muhammad Ali tem esse “renascimento” quando acende a tocha olímpica em 1996, e vemos que apesar das limitações ele continua com sua mensagem de paz e superação.

Nos ringues isso foi sentido mais por Larry Holmes, que apesar de excelente quadro, se viu na sombra de um mito e, portanto, foi castigado por isso. Com Tyson e Julio César Chávez o boxe voltou a ser um dos principais esportes nas grades televisivas, mas nenhum se compara a Ali.

Ali sabe mais de marketing e sociologia que muitos Doutores em Comunicação. É, de certa forma, um autodidata. Sua queda criou um vácuo, mas outros heróis surgiram. Na mitologia grega os principais heróis são Perseu e Hércules, mas existe lugar para Teseu e outros. Falta ao boxe achar seus outros que vão além de Pacquiao e Mayweather Jr.

J.E.C. - Quem você considera o melhor pugilista da atualidade?
Gabriel - Pacquiao, é o mais completo.

J.E.C. - Em que patamar se encontra o boxe brasileiro? Popó foi o último grande lutador de destaque no país?
Gabriel - Cito (Vlademir Pereira) "Sertão" também entre os grandes, este último não conseguiu mais por circunstâncias. Conseguir um cinturão de uma liga de ponta o coloca entre os grandes do Brasil.

Atualmente o nosso forte é o boxe olímpico. Vemos os resultados nos frutos colhidos pelas seleções masculina e feminina (principalmente) e pelo menino David Lourenço. No profissional, infelizmente empresários comparáveis ao personagem Odorico Paraguaçu de O Bem Amado podam talentos produtivos e os servem como prato de entrada em rodadas estrangeiras.

As condições dos eventos deixam a desejar e a falta de patrocínio também piora o panorama gerando um ciclo vicioso.

J.E.C. - Quais as perspectivas para o futuro do esporte no país? Você enxerga uma tendência de crescimentos dos esportes especializados até 2016?
Gabriel - Por política creio que haverá esse crescimento, se bem que a CBBoxe já vem trabalhando antes do anuncio dos Jogos Olímpicos e esse crescimento é saudável, pois não se liga em politicagem.

Disputas desse calibre servem pra mostrar o potencial de nações em poderem investir em Esportes e não em áreas mais necessárias como Educação e Saúde. Se um país despende de recursos para os atletas é porque tem força e os políticos vão querer mostrar a bala que o Brasil tem.

O presidente Lula tirou uma foto com David Lourenço, isso mostra o apelo político e de imagem que atletas tem para se tornar heróis e como líderes políticos se aproveitam deles.

J.E.C. - Pacquiao ou Mayweather?!
Gabriel - Pacquiao por ser mais ético. Até o momento se apresenta como um herói, ou seja, alguém que aceita se sacrificar pelo bem de seu povo e assume o fardo de ser deputado. Isso enobrece sua biografia.
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Não é pra qualquer um - Um jogo de basquete que terminou em 4 a 2


Eita!

Loucura, loucura, loucura!

Brigar com um jogador de basquete - que são “pequenos”! – já deve ser algo amedrontador para qualquer um. E já imaginou se ele é um chinês, conterrâneo de Bruce Lee e Jackie Chan?! E já imaginou se ao invés de “ele”, fosse “15 deles”?!

Meu Deus!

Foi o que aconteceu em Xuchang, no nordeste da China, na última terça-feira. A vítima? Uma equipe brasileira! Sim, vítima. Nessa história, houve culpado.

Uma das melhores equipes do basquete brasileiro, o Joinville, foi escolhida pela Confederação Brasileira de Basquete para representar a seleção brasileira em três amistosos contra a China. Nas primeiras duas partidas, uma vitória para cada lado.

Na terça, no jogo de desempate, o treinador estadunidense da China, Robert Donewald Jr., deu um show na beira da quadra. Com poucos minutos de jogo, com o Brasil vencendo por 4 a 2, seu nervosismo se transmitiu para dentro de quadra. Veja o resultado.


Se ficou alguma dúvida sobre o lado culpado desta história, veja o que declarou o vice presidente da Associação Chinesa de Basquete, Li Jinsheng, em nota oficial:

“Ordenamos a suspensão dos trabalhos da equipe (chinesa) para que eles façam uma profunda reflexão sobre seus erros. Pedimos sinceras desculpas ao time brasileiro, aos torcedores e à toda imprensa.”

Em um torneio de Kung-fu Basketball, os chineses seriam campeões.

Um fato positivo da confusão foi destacado pelo treinador Alberto Bial. "A China nos fez muito bem. Foi uma pena que a atitude isolada de uma pessoa tenha conseguido estragar o espetáculo. Mas não tenho dúvida de que aquele episódio deixa coisas boas. Nosso grupo está cada vez mais unido", afirmou.

Shilton, o capitão da equipe, também falou sobre o episódio. "É claro que ninguém queria brigar. Esse tipo de situação, de um jeito ou de outro, sempre traz repercussão negativa. Mas quem esteve lá sabe o que passamos. Eles entraram com a atitude deliberada de nos agredir. Não fosse a coragem e a união do nosso grupo, tudo poderia ter sido pior. Esse grupo, que já era forte, ficou ainda mais fechado", falou o ala-pivô.

A já boa equipe de Joinville se fortaleceu com a excursão à Ásia. Será esse o diferencial para que eles cheguem ainda mais longe no NBB? É bom ficar de olho.
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Não é pra qualquer um – Ser honesto ou ser campeão?

O madrilenho Alberto Contador

No melhor estilo Arena Sportv de começar o programa, “vamos tratar hoje do assunto ética no esporte”. Até onde, caro leitor, você acredita que o fair play é válido? Em qualquer momento de uma competição? Ou se deve ignorar essa “regra”, caso o título dessa competição esteja muito próximo?

Um exemplo que trago hoje é o de um dos esportes que costumo escrever sobre neste blog – o ciclismo. Na edição deste ano da Volta da França - competição que, como explicitei em um de meus textos, é uma das que mais amo -, o vencedor foi o grande Alberto Contador. Foi o terceiro título do espanhol, que teve méritos na vitória, mas talvez não 100% deles.

Na 15ª das 20 etapas, Contador era o segundo na classificação geral, 31 segundos atrás do jovem Andy Schleck. Quase no fim dessa etapa, os dois ciclistas se encontravam próximos, o que não mudaria nada na disputa pela camisa amarela (a camisa amarela é usada pelo líder geral do Tour, para que este se destaque no meio do pelotão). Mas Schleck foi ousado e optou por realizar um ataque, para se distanciar de Contador e aumentar alguns segundos na classificação.

Durante o ataque, sua corrente se soltou (confira o vídeo abaixo)! É difícil afirmar se foi um erro na passagem de marcha ou se foi um mero “azar”. No Tour de France, se preza muito a honestidade, ou seja, se aproveitar do erro do adversário não agrada muito o público. Mas quem disse que Contador (de camisa azul claro e amarelo) se importa? Na mesma hora, ao ver Schleck parado, ele “sprintou” (pedalou forte) e acabou com a diferença de tempo, tomando a camisa amarela e confirmando o tri-campeonato quatro dias mais tarde.



Nas etapas seguintes, Contador foi vaiado todas as vezes em que subiu ao pódio. Talvez o episódio da briga com Lance Armstrong no ano anterior, quando eram da mesma equipe e ambos queriam ser o capitão da mesma, tenha pesado para que Contador fosse considerado o vilão da história.

Ele afirmou que não viu que Schleck estava com problemas mecânicos e que, se tivesse visto, não daria o sprint. Tá bom!

Mas o que dizer, leitor? O que pensa sobre essa atitude? Foi covardia ou estratégia? O que você faria?

Um adendo

Para os que não acham graça em ciclismo, mas que estão pensando em dar, pelo menos, uma espiada no esporte para depois tirar conclusões sobre se é ruim ou não (coisa que fiz com todos os esportes que gosto), confiram o vídeo abaixo. É o duelo entre Schleck e Contador na montanha mais dura do Tour, o Col du Tourmalet, na etapa 17. No curto tempo em que acompanho Le Tour, foi o momento mais emocionante que acompanhei e ao vivo. Confira.

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Não é pra qualquer um - A força da paixão

Unit/Uberlândia campeão nacional em 2004

Após três anos longe do basquete profissional, a cidade de Uberlândia retorna ao cenário nacional, para a disputa da temporada 2010/2011 do Novo Basquete Brasil. O Minas Tênis Clube não agradece!

O Minas é, sem dúvidas, um dos clubes mais importantes do Brasil, fazendo frente ao mais que centenário Esporte Clube Pinheiros e ao equivalente Club Athletico Paulistano. Com mais de 70 anos de fundação, o Minas representa com grandeza o estado de Minas Gerais nos principais esportes, como natação, vôlei, futsal, entre outros. Mesmo quem não é sócio do economicamente seleto clube sente ou já se sentiu orgulhoso de ter o nome de Minas sempre bem representado no restante do país.

Porém, no basquete, a história não é das mais vitoriosas. Não tenho dúvidas de que esse problema se deve à falta de amor dos mineiros em geral para com o esporte. Um clube do porte do Minas, se jogasse em São Paulo, seria multi-campeão dentro e fora do país. Mas o “se” é medroso e nunca aparece quando se precisa dele. Às vezes, nem o porte diz muito sobre o sucesso ou não de um clube no basquete brasileiro. Vide o time de Franca, maior campeão da história da liga nacional, com dez títulos. O que mais conta é a paixão da cidade pelo basquete. Franca tem de sobra.

E uma grande demonstração disso aconteceu aqui mesmo, nas Alterosas. Em 1º de junho de 1998, o Uberlândia Tênis Clube, tradicional clube do triângulo mineiro, deu início a suas atividades no basquete profissional. Começou, então, a caminhada vitoriosa do Uberlândia. Primeiro dentro de casa: nos anos de 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006, o título de campeão mineiro ficou no triângulo, ao invés da capital. Exatamente. Nove anos consecutivos sendo vencedor.

Depois disso, veio o sucesso nacional. Em 99, no primeiro nacional que disputou, o Uberlândia ficou a um ponto de figurar entre os oito que disputariam as quartas-de-final. No ano seguinte, 18 vitórias em 26 jogos que garantiram a vice-liderança na primeira fase e classificação à fase semifinal, onde caiu para o Flamengo. Em 2003, após liderar a primeira fase (com o Minas em 2º), chegou à final do torneio, perdendo para Ribeirão Preto. Em 2004, novamente líder da primeira fase, mas desta vez, o título não escapou, nem mesmo enfrentando o poderoso rubro-negro da gávea.

O ápice das conquistas do time mineiro veio em 2005. Campeão da América! Juntamente com o Vasco da Gama, se tornou o único clube brasileiro, dentre os milhares de argentinos, a sagrar-se vencedor da Liga Sulamericana de Basquete.

O Minas? Apenas assistindo.

Mas em 2007, por falta de patrocínio e apoio econômico, o Uberlândia encerrou as atividades no basquete profissional. Sim, é simples assim. O basquete brasileiro é ignorado de tal maneira, que um campeão continental simplesmente fecha as portas por falta de dinheiro.

Três anos em que o Minas nunca passou da semifinal do nacional. Nem mesmo sem seu principal rival da década.

Mas no Novo Basquete Brasil que se inicia no dia 29 deste mês, o Uberlândia está de volta! Alguns de seus ídolos dos anos de glórias, como Estevam, Brasília e Valtinho (foto ao lado) abandonaram seu clube para retornar à cidade que os consagrou. Não abandonaram um clube qualquer. Foi o atual campeão brasileiro, o Brasília.

O Minas, por sua vez, deixou ir embora a base de seu time titular: Luiz Felipe, o americano Jeffries, Drudi e o melhor pivô da temporada passada, Murilo. O que fazer? O que esperar de um clube que trata o basquete profissional com tanto descaso? Aliás, até mesmo as categorias de base. Pois quem já jogou sabe o quão vitorioso o clube é na base, mas o que se faz com o talento desses atletas? Preguiça.

Minas Gerais tem sua capital. Mas no basquete, a capital é outra. Infelizmente para nós, belorizontinos, que quando formos ao ginásio da rua da Bahia, talvez estaremos indo para ver o time adversário.

Jogos do NBB em BH (data – horário, adversário):

14/11 - 11h, Vitória
21/11 - 11h, Vila Velha
12/12 - 11h, Paulistano
19/12 - 11h, Pinheiros
09/01 - 11h, Joinville
11/01 - 20h, Flamengo
21/01 - 20h, Limeira
23/01 - 11h, São José
04/02 - 20h, Araraquara
06/02 - 11h, Franca
18/02 - 20h, Bauru
20/02 - 11h, Assis
25/03 - 20h, Brasília
27/03 - 11h, Uberlândia
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Não é pra qualquer um – A lenda além das pistas



O que é necessário para se tornar uma lenda? Você deve estar pensando, “se fosse tão fácil dizer, o mundo seria repleto delas”. Mas é claro que, nos esportes, os números podem, também, ajudar bastante a definir quais indivíduos simplesmente passaram pela história e quais fizeram a história.

É fácil listarmos algumas lendas esportivas, pois não é todo dia que surge uma. Entre elas, alguém que participa de quatro edições da Copa do Mundo de futebol e seu time sai campeão em três delas tem lugar garantido. Outro que carrega uma antes inexpressiva franquia da NBA a seis títulos em oito anos, também. Bem como outro que, dos 18 aos 39, sobe em um ringue de boxe 61 vezes e em 56 delas termina comemorando.

Mas será que apenas números são o bastante para se definir uma lenda? Certa vez ouvi uma frase simples, mas verídica, que naquela época mudou por completo meu modo de acompanhar basquete (o meu esporte favorito): “tem gente que usa os números igual um bêbado usa um poste – mais para apoio do que para iluminação”.

Então venho trazer aqui um exemplo de lenda que tem esse “algo a mais que os números”. Muitos pensam que o esporte que ele pratica é chato, o que eu discordo por completo, mas seu legado vai muito além do simples esporte.

Seu nome é Lance Edward Armstrong. Ciclista. Campeão mundial de ciclismo em 1993, aos 22 anos, o jovem se tornou a grande promessa do esporte nos EUA. Sua mãe, grávida aos 17 anos e abandonada pelo então companheiro, foi contra o aconselhamento de seus familiares e optou por ter Lance e criá-lo sozinha (tenha em mente que o aborto é legalizado nos EUA). Sem a presença de um pai, mãe e filho passaram por enormes dificuldades durante a criação do garoto.

Semelhante a várias histórias de vida de atletas, o esporte surgiu como válvula de escape para as dificuldades. Ainda adolescente, ele começava a se destacar nas competições ciclísticas de seu estado, o Texas, vencendo até mesmo entre os adultos. Começou a participar de grandes competições interestaduais e internacionais. O esporte mudou sua vida.

Em 1996, no auge de seu sucesso (até então), aos 25 anos, Armstrong foi a uma consulta para saber o motivo de um inchaço anormal em seu testículo, que ficou do tamanho de uma laranja. Ele tinha câncer testicular, que havia se espalhado para seu abdômen, seus pulmões e seu cérebro. Uma carreira acabada e uma vida por um fio, foi o que se pensou. Duas cirurgias de remoção de tumores, uma no testículo (removido) e a outra no crânio. Após esta segunda, os médicos lhe deram menos de 40% de chance de sobreviver ao tratamento.

Contrariando as previsões, como a mãe o fez na gravidez, Armstrong superou a doença. Em janeiro de 1998, ele voltou a treinar para competir novamente no ciclismo profissional. Algo inacreditável. Em 1997, ele fundou a “Lance Armstrong Foundation”, organização em apoio às vítimas de câncer. Lembra daquelas pulseirinhas amarelas de silicone Livestrong que eram febre aqui no Brasil há uns cinco anos? Quando você as comprou, a renda foi para essa fundação, para ajudar no tratamento do câncer no mundo.

No ano seguinte, ele entrou na competição mais importante do ciclismo, a Volta da França. Um dos eventos esportivos mais duros que existem, onde se pedalam cerca de 3 mil quilômetros em menos de um mês, subindo montanhas terrivelmente íngremes. Pensando na analogia do bêbado e do poste, vamos simplificar os números dele nessa competição: ele foi campeão de sete edições consecutivas, se aposentando em 2005. Sete. O número da perfeição, o número de uma lenda.

Eu poderia me delongar falando desta que é uma das competições esportivas mais empolgantes que já vi, mas não é essa a intenção do texto. E sim a de tornar uma lenda conhecida, pois ela merece. Em caso de querer saber mais sobre a parte esportiva da história, comente aí, que podemos resenhar!

Dica

Armstrong escreveu sua biografia no livro chamado, em português, “Minha jornada de volta à vida” (ISBN: 0425179613 / ISBN-13: 9780425179611). Caso se interesse nos detalhes da trajetória desse herói, recomendo muito o título, já incluso em nossas dicas literárias. Aos que lêem em inglês, recomendo comprar nesta página, por um ótimo preço.

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Não é pra qualquer um - Uma nação contra um império!



Neste domingo, chega ao fim o Mundial de Basquete da Turquia. Três partidas definirão a ordem dos seis primeiros colocados na edição deste ano, incluindo uma final muito interessante, não apenas pensando no lado esportivo da coisa.

Primeiro, espanhóis e argentinos duelam pela quinta colocação. O lado europeu da disputa é favorito, mas passará um grande aperto para sair vitorioso. Os hermanos vêm de uma vitória sobra a forte Rússia, apesar da surra que tomaram no jogo anterior. A Espanha é a atual campeã do mundo, medalha de prata em Pequim e atual campeã européia. Mas currículo não põe a bola na cesta e a disputa será acirrada.

Em seguida, as derrotadas na semifinal, Lituânia e Sérvia. Esta esteve a quatro segundos de vencer a anfitriã Turquia neste sábado, mas uma má postura defensiva, que resultou em uma simples bandeja, custou-lhe a vaga na finalíssima. A Lituânia, por sua vez, fez o que pôde, mas superar os EUA é quase impossível. Outro jogo que promete ser sensacional e com uma diferença entre as duas equipes que é minúscula. Duas escolas historicamente muito fortes e que neste Mundial chegaram mais longe do que se esperava delas antes do torneio. E o fizeram com muitos méritos, ressalte-se. Um palpite? Sérvia leva o bronze.

Por fim, parando a Turquia, um confronto que parece ter saído do roteiro de um filme. De um lado, a seleção estadunidense, dona do melhor basquete do planeta, ganhadora de todos os títulos que já foram inventados, atual campeã Olímpica. Os EUA. O bastante para identificar este time. Do outro, a Turquia. Nunca ganhou nada, além de uma medalha de prata em um campeonato europeu. Mas que joga em casa, apoiada por um ginásio inteiro. E, talvez, por quase um mundo inteiro. Uma nação cantando que nunca abandonará seus 12 gigantes. Gigantes que trouxeram a bandeira turca à final invictamente. Guerreiramente, lutando até quando restavam 0.5 segundos de jogo contra a Sérvia. Uma nação contra um império, em todos os sentidos.

Quer mais algum ingrediente?
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