“Crônica F.C.” – O Brasil de Mano e o consenso
No Brasil, existe um consenso que diz que, independentemente do adversário, a seleção tem sempre que jogar bem, ofensivamente e ganhar de goleada. Nessa ordem. Para o torcedor da seleção brasileira, perder e ganhar jogando mal dá quase no mesmo. Técnicos como Dunga e Carlos Alberto Parreira tiveram passagens vitoriosas no comando do Brasil, mas foram – pra não dizer que são até hoje – duramente criticados pela qualidade do futebol apresentado.
Dizem as más línguas que Parreira jamais seria campeão em 1994 se não tivesse recuperado o juízo no último jogo das eliminatórias e convocado o Romário (o que é verdade), e que proibiu os campeonatos de Winning Eleven nas concentrações dos jogos da Copa de 2006 por inveja, já que, no videogame, o Brasil era mil vezes melhor do que na vida real e nem precisava de técnico (o que é mentira, mas, vá lá, tem fundamento...). Dunga, por sua vez, dispensa comentários, já que foi eliminado das quartas-de-finais em 2010 tendo ainda uma substituição a fazer – só não tinha o reserva capaz de mudar a história do jogo, já que Ronaldinho Gaúcho e Ganso ficaram em casa para que Júlio Baptista e Kléberson pudessem viajar.
Dunga e Parreira têm, juntos, seis títulos pela seleção. Mano Menezes, que tem seis jogos, não demonstra – pelo menos por hora – que vá seguir o caminho de seus antecessores.
Tudo bem, o Brasil de Mano perdeu duas vezes seguidas para gigantes do futebol mundial – Argentina e França – e venceu times de medianos pra baixo – EUA, Irã, Escócia e Ucrânia, chegando a passar aperto contra essa última. E talvez ainda seja cedo pra dizer, mas creio que o projeto de Mano para 2014 esteja bem encaminhado. Pelo menos até a metade do time.
Hoje, temos um goleiro e dois laterais-direitos entre os melhores do mundo: Júlio César, Daniel Alves e Maicon. Todos terão mais de 30 anos em 2014, mas devem manter o nível até lá.
Nossos quatro zagueiros – Lúcio, Luisão, Thiago Silva e David Luiz – são titulares em seus clubes e costumam fazer o dever de casa com a camisa amarela. Todos têm grandes chances de estar na Copa, embora Lúcio esteja com 36 anos nessa época.
De volantes, também estamos bem servidos. Lucas Leiva, que chegou a jogar quase como segundo atacante no começo da carreira, hoje é um bom primeiro volante – faz a mesma função do Felipe Melo na Copa, só que com menos violência. Além dele, temos Sandro, Ramires, Elano, Hernanes...
Até aí tá tudo lindo e maravilhoso. Agora surgem as dúvidas.
Como fica a lateral-esquerda? Não temos um grande nome para a posição desde a saída de Roberto Carlos. Michel Bastos não convenceu na Copa, André Santos toma muita bola nas costas e Marcelo é inconstante. Por outro lado, não há muitas opções além das duas últimas.
Quem é o dono da camisa 10? Jogando a bola que sabe, Paulo Henrique Ganso. O são-paulino Lucas também é boa opção. Kaká ainda precisa se recuperar das suas contusões milenares e Ronaldinho precisa fazer mais do que ganhar título em cima do Boavista. Na verdade, qualquer um desses serve, o duro é deixar a 10 com o Jádson...
Quem é o companheiro de Neymar no ataque? Até segunda ordem, Alexandre Pato ou Robinho. Ou os dois, se Mano resolve jogar no 4-3-3. Depende se o time joga com um centroavante de ofício ou não.
Lógico que, para o bem ou para o mal, ainda tem muita coisa pra acontecer nos próximos três anos. Ainda podem acontecer muitos problemas, como contusões ou má fase técnica. Mas vai que a solução de alguns desses problemas aparece nesse pessoal que tá jogando o Sub-17...
É verdade que, até agora, o Brasil de Mano Menezes só bateu em bêbado. Mas, pelo menos no papel, nos dá motivos para acreditar que, independentemente do adversário, a seleção pode sempre jogar bem, ofensivamente e ganhar de goleada. Nessa ordem.
Dizem as más línguas que Parreira jamais seria campeão em 1994 se não tivesse recuperado o juízo no último jogo das eliminatórias e convocado o Romário (o que é verdade), e que proibiu os campeonatos de Winning Eleven nas concentrações dos jogos da Copa de 2006 por inveja, já que, no videogame, o Brasil era mil vezes melhor do que na vida real e nem precisava de técnico (o que é mentira, mas, vá lá, tem fundamento...). Dunga, por sua vez, dispensa comentários, já que foi eliminado das quartas-de-finais em 2010 tendo ainda uma substituição a fazer – só não tinha o reserva capaz de mudar a história do jogo, já que Ronaldinho Gaúcho e Ganso ficaram em casa para que Júlio Baptista e Kléberson pudessem viajar.
Dunga e Parreira têm, juntos, seis títulos pela seleção. Mano Menezes, que tem seis jogos, não demonstra – pelo menos por hora – que vá seguir o caminho de seus antecessores.

Hoje, temos um goleiro e dois laterais-direitos entre os melhores do mundo: Júlio César, Daniel Alves e Maicon. Todos terão mais de 30 anos em 2014, mas devem manter o nível até lá.
Nossos quatro zagueiros – Lúcio, Luisão, Thiago Silva e David Luiz – são titulares em seus clubes e costumam fazer o dever de casa com a camisa amarela. Todos têm grandes chances de estar na Copa, embora Lúcio esteja com 36 anos nessa época.
De volantes, também estamos bem servidos. Lucas Leiva, que chegou a jogar quase como segundo atacante no começo da carreira, hoje é um bom primeiro volante – faz a mesma função do Felipe Melo na Copa, só que com menos violência. Além dele, temos Sandro, Ramires, Elano, Hernanes...

Até aí tá tudo lindo e maravilhoso. Agora surgem as dúvidas.
Como fica a lateral-esquerda? Não temos um grande nome para a posição desde a saída de Roberto Carlos. Michel Bastos não convenceu na Copa, André Santos toma muita bola nas costas e Marcelo é inconstante. Por outro lado, não há muitas opções além das duas últimas.
Quem é o dono da camisa 10? Jogando a bola que sabe, Paulo Henrique Ganso. O são-paulino Lucas também é boa opção. Kaká ainda precisa se recuperar das suas contusões milenares e Ronaldinho precisa fazer mais do que ganhar título em cima do Boavista. Na verdade, qualquer um desses serve, o duro é deixar a 10 com o Jádson...
Quem é o companheiro de Neymar no ataque? Até segunda ordem, Alexandre Pato ou Robinho. Ou os dois, se Mano resolve jogar no 4-3-3. Depende se o time joga com um centroavante de ofício ou não.
Lógico que, para o bem ou para o mal, ainda tem muita coisa pra acontecer nos próximos três anos. Ainda podem acontecer muitos problemas, como contusões ou má fase técnica. Mas vai que a solução de alguns desses problemas aparece nesse pessoal que tá jogando o Sub-17...
É verdade que, até agora, o Brasil de Mano Menezes só bateu em bêbado. Mas, pelo menos no papel, nos dá motivos para acreditar que, independentemente do adversário, a seleção pode sempre jogar bem, ofensivamente e ganhar de goleada. Nessa ordem.
6 comentários:
Excelente texto, Matheus!
27 de março de 2011 às 17:43Bem estruturado e explicado!
Não concordo com as críticas ao Dunga e ao Júlio Baptista. O segundo pode não ser a "estrelinha" e o "metedor de canetas" nos adversários, como os torcedores brasileiros querem... Mas ele é eficiente e tem espírito coletivo. Quando entrava, sempre no final do segundo tempo, conseguia dar a conta do recado em poucos minutos. Nós, torcedores, somos ingratos... E preferimos esquecer o passado, estigmatizar alguns jogadores e culpá-los pelas derrotas...
Como o Dunga também, coitado. Injustiçado... Mas não irei me alongar sobre isto... Trata-se de outro assunto!
Acho que o Mano tem muito mais nome. Sua marra me irrita, na maioria das vezes e está muito aquém do peso da "amarelinha".
Mas bom texto, Killer!
Valeu!
Concordo com o Gabriel, texto muito bem redigido.
27 de março de 2011 às 23:57Discordo de algumas coisas também, o Dunga fez um ótimo trabalho na seleção, não só de resultados, o time soube jogar bem a maioria dos jogos.
Concordo que o Ganso em forma deve ser o camisa 10 dessa seleção, mas tenho que discordar que a presença do Kaká ou do Ronaldinho é melhor do que o Jadson vestir a 10 em qualquer circunstância. Quem o viu jogar no Atlético Paranaense e no Shakhtar não pode concordar jamais com isso. O problema é que não basta dar a camisa 10 pra ele, tem que o escalar como 10, colocá-lo na direita aberto não faz bem para seu futebol.
Enfim, um abraço.
Jadson é um excelente jogador, assim como o William, também do Shakhtar.
28 de março de 2011 às 23:25Prefiro MUITO mais o Jadson do que a lerdeza e o sobrepeso do Ronaldinho.
Por mim, Ganso e Lucas jogam, Kaká é banco e Ronaldinho, William e Jadson assistem pela TV.
28 de março de 2011 às 23:30E bicho, as críticas ao Dunga não fui eu quem fez! =P lembrem-se que o trabalho dele estava diretamente relacionado à minha monografia, eu só repeti o que a imprensa falou, uhauahuhaua
Sobre o Dunga : fez o trabalho TODO certinho, mas sua cabeça dura o prejudicou na Copa do Mundo. Ganso é o 10 indiscutivelmente.
31 de março de 2011 às 20:48O Mano também agrada mais porque ele nao é tão cabeça dura (menos com relação ao Fábio), e dá mais chances a outros jogadores (como você ja disse o Jádson, Leandro Damião e outros).
Acredito no trabalho do Mano para a Copa em 2014.
Ótimo texto, irmão!
4 de abril de 2011 às 15:37Sigo a linha de defender o Dunga. Ele teve mais de 70% de aproveitamento de seus jogos. Problema foi ele perder a cabeça em vários momentos da Copa (http://www.youtube.com/watch?v=zrjp0tYZoJM), transmitindo isso para os jogadores em campo, vide o nervosismo do jogo da Holanda.
Sempre gostei dos trabalhos do Mano em seus clubes, mas acho que ele é um mero fantoche da Globo. Esses amistosos tão dando muita raiva. Fiquei bolado naquele da França. É claro que o time não está pronto. Tem que melhorar MUITO.
E Pato é o 9 sem discussão.
Postar um comentário