"Curiosidades do J.E.C." - Mentes Inquietas
Albert Einstein, Beethoven, John Lennon, Walt Disney, Steven Spielberg, Sebastian Vettel e Michael Phelps. O que todos esses célebres tem em comum?
Simples.
Todos são hiperativos. Possuem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um distúrbio neurocomportamental advindo geralmente de causas genéticas. Os portadores têm como características básicas inquietude, hiperatividade, impulsividade e desatenção. É incurável e, além disso, traz consigo algumas dificuldades psicológicas, de relacionamento e de aprendizado para seu portador que podem ser agravadas se um tratamento eficaz não for realizado. É como se o indivíduo ficasse o tempo todo ligado em 220v, mas ao mesmo tempo vivesse no “mundo da lua”.
O transtorno pode ser explicado como uma disfunção da região do cérebro conhecida como orbital frontal, responsável pela inibição comportamental, concentração e capacidade de planejamento. Nos hiperativos, alguns neurotransmissores dessa área encontram-se em menor quantidade. Logo, a atividade da região é prejudicada e, conseqüentemente, menor.
Os sintomas do TDAH podem ser classificados em duas categorias. Uma ligada à desatenção e a outra à hiperatividade. No primeiro grupo, as principais características observadas são: dificuldade de concentração e atenção ao que é feito ou dito; problemas ao seguir regras e instruções; falta de iniciativa e rápida desmotivação; tendência ao não-convívio social; desorganização; problemas ao se comunicar; humor flutuável e negação de tarefas que exijam esforço mental por longos períodos. Já os sintomas mais comuns referentes à hiperatividade são a constante movimentação corporal, principalmente nas mãos e nos pés; agitação; dificuldade de contenção da fala, ruídos e trejeitos nos momentos de euforia e agressividade. No entanto, a presença de alguns sintomas isolados não caracteriza o TDAH e o diagnóstico deve sempre ser realizado por um profissional especializado como psicólogos, psiquiatras ou neurologistas e com o auxílio de exames como eletroencefalogramas.
Para melhorar a qualidade de vida do hiperativo, o acompanhamento médico é fundamental. As formas de tratamento mais indicadas são a terapia e o uso de medicamentos controlados.
E é aí que o esporte entra, pois o tratamento do transtorno não deve seguir apenas uma linha clínica, mas, sim, intervenções variadas.
Uma pessoa leiga pode ler sobre a doença e os sintomas mencionados e assustar-se com a hiperatividade. Entretanto, não só percalços fazem parte do repertório dos hiperativos. Inteligência comprovadamente acima da média, criatividade fora do comum, afetividade, persistência e alta capacidade de antecipação fazem os portadores do transtorno diferentes, no sentido positivo da palavra.
Tão diferentes que incapazes de se concentrar na maioria dos estímulos que lhe são dados, conseguem possuir o hiperfoco, ou seja, têm a capacidade de um alto índice de concentração nas atividades que os motivam. Outro detalhe interessante é que apenas os hiperativos são hiperfocados.
Sebastian Vettel, atual campeão mundial de Fórmula 1, e Michael Phelps, recordista de medalhas de ouro em uma única edição das Olimpíadas, são os maiores exemplos, dentro do esporte, de que a dedicação e o autoconhecimento podem ser valiosas armas para alguém que tenha TDAH.
Apenas depois de conseguir domar seus instintos e deixar de lado a fama de garoto talentoso, mas inconstante e desastrado é que Vettel conseguiu transformar os espetáculos que dava na pista em pontos. Já Phelps era o menino que nos tempos de escola ouvira sua professora dizer que ele nunca faria nada de importante, pois não conseguia se concentrar. Ambos encontraram o seu hiperfoco. Um na velocidade nas pistas, o outro nas piscinas, mas ambos tomados pela adrenalina.
Nada mais natural.
Só pra constar, este que vos escreve é hiperativo.
3 comentários:
Já te disse que o texto ficou ótimo né?! Super esclarecedor, mto bem explicado! ;)
12 de janeiro de 2011 às 15:39Albert Einstein, Beethoven, John Lennon, Walt Disney, Steven Spielberg, Sebastian Vettel, Michael Phelps... e Pedrosa! xD
12 de janeiro de 2011 às 18:35Um texto interessante e explicativo. Pedrosavc disse ser hiperativo tbm, isso te trouxe mais problemas ou conseguiu conviver bem?
12 de janeiro de 2011 às 19:56Postar um comentário