"Crônica F.C" – Do Inferno ao Céu em 9 anos
Você se lembra do Brasileirão de 2001? Foi um campeonato com tantas aberrações que, pra falar a verdade, merecia mesmo era o esquecimento – exceto por parte da torcida do Atlético Paranaense, vencedor com louvores. E com o Geninho como técnico!
Evocamos a lembrança deste estranho campeonato para termos uma ideia do que as últimas horas representam para o América Futebol Clube.
Evocamos a lembrança deste estranho campeonato para termos uma ideia do que as últimas horas representam para o América Futebol Clube.
No dia 2 de dezembro daquele ano, o Coelho já não dependia das próprias forças para continuar na elite do futebol brasileiro. Além de vencer o Juventude, o América ainda tinha de torcer contra Botafogo de Ribeirão Preto, Santa Cruz e Flamengo. Entretanto, apesar de os paulistas conseguirem levar 5 gols do Gama (!!!), tudo ocorreu às avessas para o alviverde mineiro.
O Flamengo se livrou do rebaixamento ao vencer o Palmeiras por 2x0, em Juiz de Fora. O Santa Cruz, apesar de ter vencido o Guarani no Brinco de Ouro, não escapou do descenso. E, para jogar a pá de cal nas esperanças americanas, o Juventude empatou a partida no segundo tempo, relegando o Coelho ao penúltimo lugar. E isso porque o América tinha jogadores como os ex-corintianos Maurício e Mirandinha, o zagueiro Thiago Gosling (que seria campeão brasileiro dois anos depois, pelo Cruzeiro), o volante Claudinei (que também poderia ter sido campeão, mas antes foi dispensado por indisciplina e morreu numa briga de bar), afora algumas lendas do clube: Tucho, Somália e Wellington Paulo. O clube de Caxias do Sul, exceto pelo técnico Emerson Leão e o volante Marcos Senna (ele mesmo, o que se naturalizou espanhol e ganhou a Eurocopa outro dia), era um time de desconhecidos.
Como se nada disso fosse suficiente, em 2004 veio o rebaixamento para a terceira divisão. Em 2007, o fundo do poço: rebaixado para o Módulo II do Campeonato Mineiro – e, portanto, não disputaria nem mesmo a terceirona. Mas o pior da história, mesmo, era ver o Ipatinga em plena ascensão, subindo para a elite do futebol brasileiro e reclamando o posto de terceira força de Minas Gerais.
Mas, para o América, perder o lugar para um time sem um décimo de sua história, tradição e torcida já era muito. Em, 2008, o Coelho não fez mais do que sua obrigação e retornou à elite – no mesmo ano em que, curiosamente, o Ipatinga é que caiu para o Módulo II e para a Série B. Em 2009, enquanto o Cruzeiro era vice da Libertadores e o Atlético decepcionava no Brasileirão (terminou em 7° depois de passar o campeonato inteiro no G-4), o América vencia a Série C. E, ontem, veio a impressão de que, finalmente, as coisas retomaram seu devido lugar.
Como não poderia ser diferente, a dificuldade mais uma vez marcou presença nos feitos do Coelho. Mesmo dependendo apenas de suas forças para subir, não faltou emoção na 38ª e última rodada americana na segunda divisão de 2010.
O confronto com a Ponte Preta, em Campinas, esteve longe de ser calmo para a torcida alviverde. A equipe mandante foi superior em grande parte do primeiro tempo, pois os comandados de Mauro Fernandes não conseguiam reter a bola no meio campo, o que dificultava a ação de Fábio Jr., único atacante escalado na primeira etapa. Os campineiros criaram boas chances de gol. Porém, nem mesmo quando o zagueiro Gabriel, do América, errou ao tentar tirar uma bola e acertou seu travessão, o time paulista obteve vantagem no placar.
Na segunda etapa, a Macaca ainda conseguia leve vantagem sobre a equipe belo-horizontina. Entretanto, nos contra-ataques, o América esporadicamente subia com qualidade em direção à meta pontepretana. Dessa maneira, o time mineiro segurou o empate fora de casa e a vaga na elite.
Depois de uma década sofrida e até humilhante, nada mais merecido do que a redenção de um acesso nessas circunstâncias. E chega a ser curioso porque, enquanto o América é quem sobe para a Série A, o outrora ameaçador Ipatinga cai para a C (perdendo o lugar para o Ituiutaba) e o Goiás para a B – para quem não sabe, o time esmeraldino enverga camisas verdes porque disputou a primeira partida de sua história com uniformes doados pelo Coelho.
Um clube que há pouco mais de três anos estava rebaixado para a Segunda Divisão de um campeonato estadual hoje está de volta junto aos grandes. E que permaneça lá por muito tempo.
PARABÉNS, COELHÃO!!!
1 comentários:
Esses dias vi apenas alguns poucos reclamando da volta do Mequinha e alguns outros dizendo que logo o América cai de volta. Assim como a Aline disse (e vc conhece a Aline) quem fala isso não conhece a história do América.
2 de dezembro de 2010 às 18:12É claro que a vida não é fácil para um time que passa quase 10 anos longe da elite, mas estou confiante na volta do rival do Cruzeiro! hahahaha
Parabéns América!!
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