sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"Crônica F.C." - De quase segundino a bi da Libertadores

Meu post de estreia aqui no blog. Aew! =D

Enquanto uma galera vestindo vermelho comemorava sua segunda Libertadores em quatro anos, eu, deitado confortavelmente no sofá da minha casa, comecei a rir. Não porque houvesse algum palhaço comemorando, e menos ainda porque o Celso Roth conquistou a América antes de muitos times grandes do país (se bem que isso REALMENTE provoca risos), mas porque eu lembrei que, no começo da década, o Inter quase caiu pra segunda divisão.

Enquanto gremistas acompanhavam o time chegando às semifinais do Campeonato Brasileiro de 2002, quando só foram parados pelo futuro campeão Santos, os colorados comemoravam os dois pontos que os separavam da Portuguesa, o primeiro colocado da zona de descenso (ta aí a Wikipédia que não me deixa mentir). Já vi muita gente dizendo que, quando um clube grande é rebaixado, volta mais forte pra primeira divisão – começando por palmeirenses e botafoguenses, que caíram nesse mesmo ano.

Mas o Inter NÃO precisou cair para voltar mais forte.

O perigo do rebaixamento fez a diretoria tomar vergonha na cara e montar um planejamento decente para as temporadas seguintes. Em 2003, ano do centenário do rival, terminou o campeonato em 6º lugar, e, em 2004, quem caiu foi o Grêmio, com o Inter em 8º.

O Inter só não foi campeão brasileiro em 2005 porque dois juízes marcaram gol contra. O primeiro, obviamente, foi Edílson Pereira de Carvalho, com seu envolvimento num esquema de manipulação de resultados. O outro foi Márcio Rezende de Freitas, que, ao ignorar uma tentativa de assassinato contra o volante Tinga (e o expulsando por reclamação) no jogo contra o Corinthians, entregou o troféu no Parque São Jorge, e o Inter ficou com o vice.

Em 2006, a realização. Por mais que o São Paulo quisesse manter o título de campeão da Libertadores, a taça foi parar no Beira-Rio. No fim do ano, em Yokohama, veio o título mundial sobre o todo-poderoso Barcelona. Em 2007, conquistou a Recopa Sul-Americana. Em 2008, se tornou o único clube brasileiro a vencer a Copa Sul-Americana, enfrentando o Estudiantes, que venceria a Libertadores no ano seguinte. Na comemoração do centenário, em 2009, o Inter quase foi campeão brasileiro, mas o Grêmio deu o título de bandeja ao Flamengo, perdendo o último jogo por 2x1 (jogando com o time reserva) e deixando os colorados com o vice.

Por fim, o bi da Libertadores em 2010.

E o que a gente pode concluir disso tudo? Esse gremista aqui tem um desabafo a fazer:


A única coisa que eu discordo na fala desse cidadão é que Deus vestiu a camisa do Inter. Se crenças religiosas interferissem no futebol, São Paulo e Santos, por exemplo, jamais teriam perdido um jogo na vida. Quem vestiu a camisa foram a diretoria, que se aproximou da torcida, e os jogadores, que voltaram pro segundo tempo da final para disputar o jogo de suas vidas. Mas talvez Deus realmente tenha dado uma mãozinha – incrível como quase todas as contratações deles deram certo. Você gostaria, por exemplo, de ver o Nei no seu time? Alecsandro? Ou que seu técnico seja demitido na semifinal da Libertadores para vir o Celso Roth?

O sucesso do Inter deixa ainda mais óbvio que planejamentos bem-feitos são fundamentais para o sucesso dos clubes. E aos colorados, outrora ameaçados pelo rebaixamento, só resta comemorar os cinco títulos em quatro anos.

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